Quarta-feira, 23 out 2019 - 10h27
Por Rogério Leite
A pergunta que não quer calar: Cientistas encontraram vida em Marte em 1976?
Nos anos de 1976, as naves espaciais Viking realizaram uma série de experimentos no Planeta vermelho e um deles confirmou a presença de micróbios vivos em Marte. Os estudos posteriores não foram conclusivos, mas o principal cientista da missão voltou a afirmar que a NASA encontrou de fato micro-organismos naquele planeta.
![]() Sonda Viking 1 utiliza o braço robótico para coletar amostras de solo. Experimentos posteriores teriam indicado a presença de microbios em Marte. Apesar de parecer inédito para alguns, esse estudo é bastante conhecido e divulgado. O que chama a atenção é o fato de Gilbert Levin, na ocasião principal investigador dos experimentos da sondas Viking, voltar à cena. Ao contrário de seus colegas, que descartaram inúmeras vezes a possibilidade de existência de vida microbiana com base nos dados das sondas, Levin voltou a afirmar, em artigo publicado na revista Scientific American, que os dados coletados são muito precisos e revelaram sem dúvida alguma a presença de vida microbiana marciana.
Ainda, segundo Levin, as curvas de dados sinalizaram a detecção de respiração microbiana no Planeta Vermelho e que eram semelhantes às produzidas pelos mesmos testes LR de solos aqui na Terra. "Com esses resultados, parecia que tínhamos finalmente respondido a pergunta", disse Levin. Os experimentos de 1976 pareciam dizer que havia micróbios vivos respirando no solo marciano, mas havia um grande problema: nenhuma das naves encontrou produtos orgânicos no solo. Logo, não poderia ter vida. ![]() Água congelada sobre as rochas marcianas, em foto feita em 18 de maio de 1979 pela sonda Viking 2, em Marte. Crédito: NASA/JPL Desde aquela época até os anos atuais, o consenso da maioria dos cientistas é que havia algo no solo marciano que parecia imitar as características de vida, mas que não era a própria vida. Com essa conclusão, nenhuma das missões posteriores realizou mais experimentos de detecção de vida. Em vez disso, as missões se concentraram na possibilidade de habitabilidade no passado, se Marte poderia ou não ter sustentado a vida no passado.
Cada execução de testes durou sete dias e as comparações com testes semelhantes na Terra pareciam apoiar a interpretação biológica dos resultados, conforme explicou Levin em seu artigo: "O experimento procurou detectar e monitorar o metabolismo em andamento, o que seria um indicador muito simples e à prova de falhas da presença de microrganismos vivos. Várias milhares de execuções foram feitas, antes e depois das naves Viking, com solos terrestres e culturas microbianas, tanto em laboratório como em ambientes naturais extremos. Nenhum resultado falso positivo ou falso negativo foi obtido. Isso suporta fortemente a confiabilidade dos dados do experimento LR feito em Marte, mesmo que sua interpretação seja debatida".
A falta de experimentos de acompanhamento biológico em Marte nos últimos anos é bastante decepcionante, mas parece que esse panorama está começando a mudar. A missão Mars 2020, que pousará no Planeta vermelho em 2021, terá como principal objetivo a busca por evidências de vida, mas ainda assim deverá se concentrar na vida passada e não na biologia atual. Isso talvez não seja tão ambicioso como a maioria de nós gostaria, mas é um passo na direção certa. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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