Terça-feira, 16 set 2016 - 16h34
Abelhas ajudam monitorar a qualidade do ar em aeroportos da Europa
Oito aeroportos da Alemanha estão utilizando abelhas para medir o nível da poluição e a qualidade do ar nos arredores. O aeroporto Internacional de Düsseldorf, no leste da Alemanha, foi o primeiro a testar a ideia do biomonitoramento.
![]() Os primeiros testes começaram em junho de 2010, quando os apicultores da região entregaram o primeiro lote de mel de cerca de 200 mil abelhas para análise de toxinas. O resultado foi positivo e as toxinas estão bem abaixo dos limites oficiais. Na análise do mel em laboratório foram procuradas substâncias como hidrocarbonetos e metais pesados. "A qualidade do ar em torno do aeroporto é excelente", afirmou Peter Nengelken, representante do aeroporto na comunidade local. Como prova o mel batizado de Düsseldorf Natural, é engarrafado e distribuído aos visitantes.
As abelhas de uma colmeia podem ser eficientes no monitoramento do ar, pois elas buscam alimentação em uma área de 3 mil hectares. No trajeto, as abelhas têm contato com o ar, o solo e as plantas. Assim, o néctar coletado nesse ambiente traz uma amostragem fiel das substâncias depositadas nas superfícies. De acordo com a engenheira ambiental Martin Bunkowski, da Associação dos Aeroportos Alemães, o uso de organismos vivos para controlar a qualidade do ambiente não substitui as medições tradicionais, mas é uma mensagem muito clara para o público. ![]() A avaliação é considerada relativamente nova pelos especialistas e deve ser aprofundada com o tempo. Muitos ressaltam que a poluição gerada pelos aeroportos não é resultado apenas de aeronaves e sim da maior concentração de carros, táxis e ônibus.
Por outro lado, as preocupações têm fundamento. Dois estudos recentes questionam a qualidade do ar em aeroportos. No aeroporto de Santa Monica (Califórnia), uma agência reguladora da qualidade do ar encontrou partículas ultrafinas e chumbo. “Os poluentes tradicionais não parecem ser um problema local", disse Philip Fine, gerente da agência. Os níveis de chumbo ficaram significativamente elevados. As partículas ultrafinas, emitidas por aviões a jato, têm uma alta concentração no vento durante as decolagens das aeronaves e também podem ameaçar a saúde de pessoas que moram próximas a aeroportos pequenos e estão frequentemente expostas a este ar. Fine afirma estar confiante no trabalho realizado com as abelhas nos aeroportos alemães, já que os resultados são consistentes comparados a métodos tradicionais de monitoramento da qualidade do ar na Europa. Alguns aeroportos da França, Suécia e Israel também já começaram a utilizar o biomonitoramento.
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