Sexta-feira, 3 nov 2006 - 18h43
Alerta Mundial: sem controle, peixes desaparecerão em 50 anos
Aquilo que parecia distante e que para alguns não passava de teoria de lunáticos, pode estar bem mais perto do que parece.
![]() Um equipe internacional de cientistas anunciou ontem que se mantidos os atuais níveis de pesca predatória, até o ano de 2048 não haverá mais peixes nos oceanos. O colapso está sendo anunciado hoje na revista científica norte-americana Science.
De acordo com Boris Worm, principal cientista do projeto e ligado à Universidade de Dalhousie, no Canadá, os resultados das pesquisas mostram que ao perder espécies, perde-se também a produtividade e establidade de todos os ecossistemas envolvidos. "Fiquei chocado e perturbado ao ver a consistência dessas tendências, muito além do que suspeitávamos", declarou Worm. Embora o foco principal do estudo seja o oceano, outros ecologistas que realizam pesquisas paralelas também manifestaram as mesmas preocupações com as espécies de água doce. Worm e uma equipe internacional, formada por cientistas, economistas e oceanógrafos, passou quatro anos estudando 32 experimentos, além de outros estudos realizados em 48 áreas de proteção marítima. A equipe de Worm também analisou uma linha do tempo de 1.000 anos de 12 áreas costeiras, valendo-se de dados históricos, arqueológicos e geológicos. "Atualmente, 29% das espécies de peixes e frutos do mar já entraram em colapso. Ou seja, a pesca caiu mais de 90%. É uma tendência clara, e está acelerando", confirma Worm. "Se a tendência de longo prazo se mantiver, eu ainda estarei vivo quando todas as espécies de peixe e fruto do mar entrarem em colapso, em 2048". Os dados históricos da pesca praticada nas áreas da costa da América do Norte, Europa e Austrália também mostram uma queda não só na quantidade de peixes, como também de outros tipos de organismos marinhos. Ao analisar áreas onde a pesca foi banida ou severamente restrita, os observadores concluíram que a proteção pode recuperar a biodiversidade naquela área e restaurar as populações de peixes. "Nós exploramos os oceanos esperando e acreditando que haverá sempre uma nova espécie a ser explorada depois que acabarmos completamente com a última. O que estamos ressaltando aqui é que a quantidade de peixes nos mares é finita. Nós já esgotamos um terço, e se nada for feito, vamos esgotar o resto". Steve Palumbi, da Universidade de Stanford, EUA, colega de Worm no projeto, também dá o seu alerta: "se não mudarmos radicalmente a forma como administramos o conjunto das espécies marítimas, este século será o último século com frutos do mar na natureza". LEIA MAIS NOTÍCIAS
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