Sexta-feira, 18 mai 2007 - 10h06
Alerta: Previsão de fortes tempestades solares para o final de semana
Imagens do Sol, captadas nos últimos dias pelo telescópio espacial Soho, mostram que uma mancha solar, oficialmente batizada de 956, continua ganhando espaço, e à medida que o astro gira, fica mais bem posicionada com relação ao nosso planeta. A conseqüência direta é um aumento dos níveis da atividade solar, que poderão produzir fortes tempestades magnéticas aqui na Terra, capazes de provocar danos em equipamentos e blackouts de radiopropagação.
![]() Visível desde o começo dessa semana como um pequeno ponto no limbo solar, a mancha solar 956 ganhou tamanho e transformou-se em um grande complexo de campos magnéticos, com capacidade de irradiar intensos flares solares de classe X e M, além de grandes ejeções de massa coronal que poderão ser vistas nas imagens de satélites. Apesar de só existirem 5% de chances de ocorrência de flares de classe X nos próximos dois dias, essa probabilidade aumenta para 25% para flares de classe M.
Os flares de Classe X são intensos e durante os eventos de maior atividade podem provocar blackouts de radiopropagação que podem durar diversas horas ou até mesmo dias. As rajadas da Classe M são de tamanho médio e também causam blackouts de radiocomunicação que afetam diretamente as regiões polares. Tempestades menores muitas vezes seguem as rajadas de Classe M. Anualmente as explosões solares são responsáveis por aproximadamente 1 bilhão de dólares em prejuízos. Quem mais sofre com essas perdas são as concessionárias de energia elétrica e os equipamentos de satélites, que por estarem em órbita, não recebem a proteção das camadas mais altas da atmosfera, que bloqueiam as partículas solares, principalmente os raios-x. Essa liberação de energia produz uma enorme emissão de radiação que se espalha por todo o espectro eletromagnético, se propagando desde a região das ondas de rádio até a região dos raios X e raios gama. Em conseqüência, temos as chamadas Ejeções de Massa Coronal, enormes bolhas de gases ionizados com mais de 10 bilhões de toneladas, que são lançadas ao espaço a velocidades surpreendentes, que ultrapassam facilmente a marca de um milhão de quilômetros por hora. Nesta velocidade, as partículas ejetadas levam poucos dias para cruzar os 150 milhões de quilômetros que separam o Sol do nosso planeta. Quando observadas dentro do espectro de raios-x, que vai de 1 a 8 Angstroms, produzem um intenso brilho ou clarão. A intensidade desse clarão (ou flare) permite classificar o fenômeno. Além dos flares de Classe X e M, existem as rajadas de Classe C, fracas e pouco perceptíveis aqui na Terra. A maior parte das partículas altamente carregadas são desviadas quando atingem a magnetosfera da Terra. No entanto, parte dela consegue furar o bloqueio e chega até as camadas superiores da atmosfera. Quando isso ocorre temos as chamadas auroras boreais e austrais. Blackouts de radiocomunicação não significa que não será mais possível ouvir rádio, tv, etc. Algumas freqüências, principalmente aquleas usadas nas comunicações à longa distância, são muito sensíveis às partículas solares, . Experimente sintonizar um receptor de ondas curtas nas freqüências ao redor de 29 mhz após as 16 horas. O ruído será muito grande, tornado impossível captar as estações mais distantes. O fenômeno poderá ser percebido em todo o mundo, mas dependendo de qual região do globo receber mais as emissões solares, maiores serão os efeitos percebidos. Para o cidadão comum os efeitos não serão notados, a não para aqueles que trabalhem com equipamentos de radiocomunicação à longa distância, sistemas de radiolocalização ou atuem no ramo de geração e distribuição de energia elétrica.
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