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Quinta-feira, 20 mar 2008 - 10h15

Astrônomos detectam molécula orgânica em planeta extrasolar

Uma equipe de astrônomos ligados ao JPL, Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa, detectou, pela primeira vez na história, sinais de material orgânico em um planeta orbitando outra estrela fora do sistema solar. A descoberta foi feita pela equipe liderada pelo cientista Mark Swain e é um importante passo para se identificar sinais de vida em planetas extrasolares.

A molécula detectada é o metano e sua detecção foi possível através de imagens captadas pelo telescópio espacial Hubble. O metano, sob determinadas situações, é peça chave nas reações químicas consideradas necessárias à formação da vida como conhecemos.

Além da descoberta, os cientistas também demonstraram que tanto o telescópio Hubble como outras missões espaciais, entre elas o telescópio espacial James Webb, podem detectar moléculas orgânicas em planetas extrasolares através da técnica da espectroscopia. Nesta técnica, a luz captada do objeto é separada em raias luminosas, cujas cores revelam sua composição química.

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"Este é um passo crucial para uma eventual caracterização de moléculas prebióticas em planetas onde possa existir vida", disse Swain, autor do paper (artigo científico) publicado em 20 de março 2008 no periódico Nature.


A Descoberta
A descoberta da equipe de Swain ocorreu após uma longa série de observações feitas em maio de 2007, do planeta HD 189733b, distante 63 anos-luz da Terra, na constelação de Vulpecula. Os instrumentos utilizados na observação foram a câmera de infravermelho próximo Nicmos e o espectrômetro multi-objetos, ambos a bordo do telescópio Hubble.

Observações feita pelo telescópio Spitzer, em 2007, já haviam detectado sinais de água neste mesmo planeta, o que também foi confirmado nos trabalhos de Swain. "Agora não é uma questão saber se existe ou não água em HD 189733b. A água já é um fato", disse o cientista.

As observações de Swain foram feitas durante o momento em que HD 189733b passou exatamente na frente da estrela HD 189733, da qual orbita. Esse momento é chamado de trânsito. Quando a luz da estrela passou através da atmosfera do limbo planeta, os gases ali presentes imprimiram uma assinatura única, detectada pelo espectroscópio do Hubble.

Ficamos surpresos em encontrar planetas que tenha mais metano do que o previsto nos modelos para os "júpiteres quentes", classe a qual HD 189733b pertence e são chamados assim por apresentarem temperaturas muito altas e tamanhos similares a Júpiter.Por outro lado, não há nenhum traço de óxido de carbono, que os astrônomos em geral esperam encontrar em grandes quantidades na atmosfera dos "Júpiteres quentes".

Cerca de 50 dos mais de 200 planetas descobertos fora do sistema solar são classificados como "Júpiteres Quentes".

Devido à pequena distância que separa o planeta da estrelas, as observações foram bastante difíceis e para que pudessem ser feitas foi necessário manter a câmera Nicmos fora do ponto focal para que a intensidade da luz da estrela não saturasse os detectores.

"Esta observação mostra que a espectroscopia pode ser empregada em planetas mais frios e potencialmente habitáveis, orbitando estrelas do tipo anãs vermelhas", disse Swain. Anãs vermelhas são os tipos mais comum de estrelas, com temperaturas ao redor de 3.500º K e metade da massa solar.


O Planeta
HD 189733b é um planeta de tamanho semelhante a Júpiter e sua temperatura ultrapassa 900 graus Celsius. É tão quente que até mesmo a prata se fundiria em seu interior, o que o torna um local pouco propício à vida. Sua distância da estrela que orbita também é muito pequena, o que faz com que seu período de translação seja de apenas dois dias, ou seja, 1 ano tem apenas 48 horas.

O objetivo principal de estudos desse tipo é identificar moléculas prebióticas na atmosfera de planetas localizados dentro da chamada zona habitável, uma região no espaço onde a distância da estrela permite que temperatura da superfície seja adequada para que a água se mantenha em estado líquido.

Artes: no topo, concepção artística mostra o momento em que o planeta passa à frente do disco da estrelaHD189733, da qual orbita. Na seqüência vemos a assinatura do metano, produzida pela alteração do nível de determinados comprimentosde onda, que foram absorvidos na atmosfera do planeta. Crédito: Nasa/JPL/Hubble Space Telescope.

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