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Segunda-feira, 19 mar 2018 - 10h15
Por Rogério Leite

Aurora Boreal: um novo e estranho som é registrado na Suécia

Durante séculos, os observadores das auroras relataram terem ouvido diversos sons estranhos que pareciam acompanhar o fenômeno. Eram sibilos, crepitações e "claps" bastante altos. Agora, um novo som foi registrado e ampliou o leque sonoro provocado pelas luzes magnéticas.

Som das Auroras

O novo som foi registrado pelo fotógrafo Oliver Wright, durante uma intensa tempestade geomagnética sobre a cidade de Abisko, na Suécia. O som era diferente daqueles já registrados anteriormente e lembrava facilmente o espocar de fogos de artifício.

O estranho som foi gravado com auxílio de um smarthphone e de acordo com Wright, pareciam provocar ruídos audíveis nas linhas de transmissão, similares às descargas elétricas.

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Wright diz que os sons aumentavam e diminuíam em sincronia com as auroras observadas acima e quanto mais brilhantes eram as luzes, mais altos eram os sons. "Os sons ficavam mais altos quando me aproximava das linhas de força e mais fracos quando me afastava", disse o fotógrafo.


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Wright já ouviu e gravou sons semelhantes, sempre quando estava perto de linhas de energia. "Lembro-me de uma explosão particularmente intensa durante a poderosa Tempestade do Dia de São Patrício, em março de 2015. Na ocasião, diversos amigos e espectadores também ouviram os sons".

Auroras produzem Sons?
O "som das auroras" é um tema bastante controverso e alguns pesquisadores insistem que eles existem apenas na imaginação do ouvinte, mas há cada vez mais provas de que eles são reais.

Os eventos sonoros associados às auroras mais comumente relatados são os sibilos e craqueados, muito parecidos com a estática em um rádio, possivelmente oriundos de campos elétricos que causam descargas e faiscamento nas extremidades pontiagudas de objetos.

Os claps (som de palmas) também são muito comuns e foram estudados durante 15 anos por um pesquisador finlandês, que publicou seus resultados em 2012. Segundo o cientista, uma camada de inversão de temperatura na atmosfera a cerca de 70 metros acima do solo poderia agir como região de separação de cargas positivas e negativas no ar durante tempestades geomagnéticas fortes. A separação abrupta faria o ar se deslocar de forma bastante peculiar, resultando em uma espécie de "aplauso".


Transdução Eletrofônica
Os sons que Wright registrou podem ser resultado de um fenômeno físico conhecido como "transdução eletrofônica", que é a conversão da energia eletromagnética em movimento mecânico. Durante a explosão de auroras no Natal, presenciadas pelo fotógrafo, campos magnéticos intensos estava em atividade em torno de Abisko.

Sabemos que campos magnéticos não regulados ou aleatórios podem fazer com que as correntes fluam nas linhas de força. Se forem correntes fortes e de baixa frequência podem literalmente sacudir objetos, produzindo vibrações acústicas no ar. Dessa forma, Wright pode ter gravado o som típico dessas linhas de energia balançando em resposta à mesma tempestade geomagnética que produzia as auroras.

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"As composições de Bach são desprovidas de beleza, harmonia e claridade melódica" - Johann Adolf Scheibre - crítico musical em 1773 -