Quarta-feira, 10 mar 2010 - 08h18
Os tremores de terra voltaram a assustar a população do município de Alagoinha, no agreste de Pernambuco, localizado a 227 km do Recife. A cidade vem registrando sucessivos abalos de pequena intensidade desde a semana passada.
Clique e monitore a Terra em tempo real De acordo com o Departamento de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foram identificados cerca de 30 tremores desde o dia 3 de março, sendo o maior abalo com magnitude 3,2 graus na escala Richter. Algumas casas tiveram rachaduras nas paredes, mas não houve feridos. Alagoinha é a quarta cidade do Estado de Pernambuco a registrar tremores de terra. Caruaru, Belo Jardim e São Caetano também já tiveram abalos de baixa intensidade.
O motivo para a ocorrência dos frequentes tremores ainda não é conhecido, mas uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Sismologia da Universidade do Rio Grande do Norte irá até Alagoinha para estudar o fenômeno. A Universidade colocou uma estação sismológica digital no município de Sanharó, que envia dados diretamente para o laboratório da UFRN. Veja: Imagem de satélite de Alagoinha
Entretanto, essa correlação não pode ser totalmente descartada uma vez que o intenso abalo ocorrido no país andino provocou deslocamentos de cidades inteiras. Medições preliminares realizadas por cientistas chilenos e norte-americanos mostraram que a cidade de Concepción,a 115 km do epicentro se moveu 3.04 metros em sentido oeste, enquanto Santiago, a 300 km de distância se movimentou 27.7 centímetros. O abalo também mudou a posição de Buenos Aires, deslocando a capital argentina por 4 centímetros em direção às Malvinas. À medida que as ondas sísmicas se propagam, elas perdem intensidade, mesmo assim o abalo foi sentido em diversas cidades brasileiras, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Assim, não seria totalmente descartada a possibilidade do tremor de 8.8 graus ter disparado as prováveis acomodações de terra registradas em Alagoinha, em Pernambuco, mas essa afirmação só poderá ser dada após um longo período de estudo, que também pode ser inconclusivo.
Clique para ampliar Um estudo feito em 2002, coordenado pelo professor Allaoua Saadi, ligado à Universidade Federal de Minas Gerais, culminou com a apresentação do primeiro Mapa neotectônico do Brasil. Nele, Saadi e sua equipe identificaram pelo menos 48 falhas-mestras no território Nacional. "É justamente ao longo do traçado dessas falhas que se concentram as ocorrências de terremotos", explica Saadi. Falhas geológicas Segundo o professor, o maior número de falhas se concentra nas Regiões Sudeste e Nordeste, seguido pela Região Norte e Centro-Oeste. A Região Sul é a que apresenta o menor número de falhas.
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