Terça-feira, 5 dez 2023 - 10h51
Por Rogério Leite
Um controverso artigo publicado pelo periódico científico Archeological Prospection tem gerado muito atenção dos especialistas. O paper afirma que uma montanha localizada na Indonésia é na verdade a pirâmide mais antiga do mundo, construída na era Paleolítica.
De acordo com o paper, a Gunung Padang, que significa “Montanha da Iluminação”, não foi formada naturalmente, mas construída em forma de pirâmide entre 25 mil e 14 mil anos atrás.
O trabalho científico cita ainda a possibilidade de existirem cavidades ou câmaras escondidas próximas ao local, afirmando ainda que o próprio local parece ter sido enterrado ou recoberto várias vezes, de forma metódica e proposital.
Naturalmente, como os cientistas costumam dizer, as alegações extraordinárias também requerem provas extraordinárias e muitos pesquisadores ainda não estão convencidos da possibilidade da Montanha da Iluminação ser de fato uma pirâmide construída há tempo. Afinal, se isso estiver correto, deveremos ter que reescrever boa parte da nossa história. De acordo com Lutfi Yondri, arqueólogo ligado à Universidade de BRIN, na Indonésia, suas análises mostram resultados diferentes ao do estudo publicado e mostram que as pessoas daquela região viviam em cavernas entre 12 mil e 6 mil anos atrás e não deixaram nenhuma evidência de possuírem as notáveis capacidades de alvenaria, supostamente empregadas pelas pessoas que ali viveram milhares de anos antes, para construir a possível pirâmide. Outro especialista, Flint Dibble, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, afirmou à revista Nature que o artigo usou dados excelentes, mas infelizmente tirou conclusões injustificadas. Um dos exemplos, segundo Dibble, afirma que a equipe usou a datação por carbono, alegando que a datação dos solos orgânicos das estruturas revelou diversos estágios de construção que remontam possivelmente a milhares de anos aC, com a fase inicial datando da era Paleolítica, há cerca de 27 mil anos. Segundo Dibble, um dos problemas nessa afirmação está no fato de estas amostras de solo não apresentam sinais importantes – como fragmentos de ossos ou carvão – que indiquem possível atividade humana. Ou seja, não há sinais convincentes de atividade humana ao redor da montanha, mas apenas sinais de um solo realmente antigo. De acordo com a Archeological Prospection, existe necessidade de que esse trabalho seja revisto e sejam apresentadas evidências robustas de que a montanha não seja apenas um elemento natural antigo. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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