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Sexta-feira, 26 mai 2006 - 06h37

Cientistas ainda divergem sobre aumento na intensidade dos furacões

Os cientistas ainda não chegaram a uma conclusão sobre o assunto, mas sabem que os ciclones de hoje são mais poderosos do que os do passado, e que a temperatura da água na superfície dos oceanos subiu ao longo dos anos.

"Existe a crença de que esta mudança de intensidade está diretamente associada à mudança na temperatura do mar", disse Carlos Hoyos, um cientista colombiano do Instituto de Tecnologia da Geórgia.

As divergências começam justamente aí, pois uma parte da comunidade científica responsabiliza o ser humano e acredita que o aquecimento global, provocado pelas emissões de dióxido de carbono, elevou a temperatura nos mares.

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Outro grupo afirma que o aquecimento na superfície dos mares é parte de um ciclo natural.

Veja abaixo como se forma um furacão

Segundo Hoyos, todos concordam que o maior nível de atividade de furacões "vai continuar pelo menos durante a próxima década".

O maior furacão da última temporada foi o Katrina, que arrasou New Orleans e causou prejuízos da ordem de US$ 80 bilhões.

No entanto, este furacão não foi um caso isolado, já que o número de ciclones que alcançaram as categorias quatro e cinco duplicou nos últimos 35 anos, segundo um estudo realizado pela equipe de Hoyos.. Essas categorias, definidas de acordo com a velocidade dos ventos, são as mais elevadas na escala de intensidade de furacões Saffir-Simpson, adotada nos EUA.

Em 2005, aconteceram 28 tempestades tropicais no Atlântico, sendo que quatro delas viraram furacões de categoria cinco, um novo recorde.

O mexicano Martin Medina-Elizalde, da Universidade da Califórnia, explicou que o número de furacões não aumentará nos próximos anos, porém eles serão mais fortes.

A razão disso é que os ciclones contam com um núcleo movido pela água quente, considerada o seu combustível.

A temperatura da superfície dos mares nos trópicos aumentou 0,6 grau centígrado desde 1970, o que pode parecer pouco, mas sobre uma grande extensão é uma quantidade muito maior de energia que pode ser absorvida pelos ventos circulares do furacão.

Medina-Elizalde e seus companheiros no programa de Ciências Marinhas da Universidade da Califórnia acreditam que demonstraram que o aumento de temperatura dos oceanos é produto da fumaça liberada pelas fábricas e pelos canos de descarga dos automóveis.

"A única explicação que temos é que as temperaturas variam por causa da maior quantidade de gases de efeito estufa", disse o mexicano.

Após analisar o ar contido em antigas camadas de gelo, a equipe do pesquisador concluiu que o nível atual de dióxido de carbono na atmosfera é o maior nos últimos 650 mil anos.

No entanto, o grupo não convenceu todos os céticos, muitos dos quais ocupam altos cargos no Centro Nacional de Furacões (NHC) e na Administração Nacional para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA, em inglês), do governo dos EUA.

O assunto é muito polêmico, pois os Estados Unidos são o país que mais contribui para a atual situação.

Assim que chegou à Casa Branca em 2001, George W. Bush retirou a assinatura de seu país do Protocolo de Kioto, que restringe as emissões de gás carbônico para a atmosfera, com o argumento de que ainda não está provado que a causa do aquecimento global é a ação humana, além de afirmar que o tratado prejudica o crescimento econômico.

"É bem possível a influência política no pensamento de alguns cientistas", disse, por outro lado, Hoyos.

No entanto, a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) também não se arrisca a explicar a causa de os furacões ganharem força nos últimos tempos.

O secretário-geral da entidade, Michel Jarraud, afirmou que ainda não existe evidência de que a "excepcional devastação dos últimos anos" esteja relacionada ao aquecimento do planeta.

Os cientistas esperam poder contar com provas mais definitivas nos próximos anos, pois até agora não foram feitos muitos estudos sobre o tema, segundo Medina-Elizalde.

Foto: Imagen de satélite mostra um dos mais violentos furacões da história, Katrina, antes de tocar a costa norte do Golfo do México, em agosto de 2005.


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