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Quarta-feira, 29 mar 2017 - 09h34
Por Rogério Leite

Cientistas disparam lasers na direção da nebulosa de Orion

Embora pareça o cenário de um filme de ficção científica, o objetivo dos disparos não tem nada de bélico ou maligno. Ao contrário, são extremamente úteis e são a base da moderna astronomia terrestre.

Nebulosa de Orion M42 e raios laser
A foto, com a nebulosa de Orion ao fundo, foi feita do lado de fora do complexo de Paranal, no Chile.

Nesta cena, quatro feixes de emissão laser são disparados simultaneamente a partir da UT4 (Unidade Telescópica 4), um dos quatro grandes complexos de observação que compõem o gigantesco VLT (Very Large Telescope), localizado em Cerro Paranal, no deserto do Atacama, Chile.

O objetivo desses disparos é o de realizar ensaios de nitidez de imagens a serem utilizado em sistemas de óptica adaptativa, uma tecnologia usada para melhorar o desempenho de sistemas ópticos ao reduzir os efeito de distorção provocados principalmente pela atmosfera.

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Óptica Adaptativa: Como Funciona?
A foto, com a nebulosa de Orion ao fundo, foi feita do lado de fora do complexo de Paranal, através de um pequeno telescópio. Os longos feixes podem ser vistos dessa perspectiva porque os primeiros quilômetros de atmosfera são bastante densos, o que permite que luz dos lasers se disperse facilmente.

Tutorial mostra como funciona a óptica adaptativa. Veja o vídeo


Entretanto, os quatro pequenos fragmentos de luz que aparecem além dos feixes são criados pela excitação dos átomos de sódio presentes entre 80 e 90 km de altitude. São essas emissões que interessam aos pesquisadores, porque do ponto de vista do UT4 esses segmentos formam pontos brilhantes nas imagens, que podem ser usados como estrelas artificiais.

O objetivo dessas estrelas-guia é calcular as flutuações de brilho e posição causadas pela passagem de luz pela atmosfera, que distorcem as imagens registradas pelos telescópios. Assim, com base na informação dessa variação os computadores podem controlar em tempo real as deformações que devem ser aplicadas a cada uma das inúmeras células que compõe o espelho principal do telescópio, produzindo imagens muito mais nítidas do objeto observado.

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