Quarta-feira, 21 out 2009 - 09h38
Cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL, confirmaram nesta terça-feira a presença de elementos orgânicos em um planeta gasoso a 150 anos-luz de distância da Terra. Essa é a segunda vez que moléculas orgânicas são detectadas em um objeto extrassolar, o que pode caracterizar um planeta onde possa existir algum tipo de vida.
Clique para ampliar A agência espacial alertou que não há qualquer evidência de vida no planeta, mas os elementos químicos são os mesmos que, se encontrados futuramente em um planeta rochoso, podem indicar a presença de vida. "Este é o segundo planeta fora do Sistema Solar onde encontramos água, metano e dióxido de carbono e que são fundamentais para os processos biológicos em planetas habitáveis", disse o cientista Mark Swain, ligado ao JPL. "A detecção de compostos orgânicos em dois exoplanetas traz a possibilidade de que seja bastante comum a presença de planetas que podem suportar a vida".
Para a detecção das moléculas, Swain e seus colaboradores utilizaram os dados captados pelos telescópios espaciais Hubble e Spitzer e que foram apontados para HD 209458b, um gigantesco planeta gasoso maior que Júpiter e que orbita uma estrela semelhante ao nosso Sol a 150 anos-luz de distância na constelação de Pégaso. A nova descoberta segue as observações feitas em dezembro de 2008 e que encontraram dióxido de carbono ao redor de HD 189733b, outro planeta gigante onde também existem traços de vapor de água e metano. Em ambos os casos, as detecções foram feitas através da técnica de espectroscopia, em que a luz recebida de um objeto é quebrada em suas componentes fundamentais e alterada pela presença dos elementos químicos presente na atmosfera do planeta, o que permite revelar suas presenças. As moléculas foram detectadas pela câmera infravermelha e pelo espectrômetro multi-objetos do telescópio Hubble, que foram quantificadas pelos sensores infravermelho do telescópio Spitzer. Segundo Twain, as novas descobertas permitirão que os astrônomos façam comparações entre as atmosferas dos dois planetas, analisando suas diferenças e similaridades. De acordo com o cientista, as quantidades relativas de água e carbono em ambos os planetas são parecidas, mas HD 209458b apresenta maior quantidade de metano que HD 189733b. "A abundância de metano pode significar que algo especial acontece naquele planeta", disse Twain. Em ambos os casos, as moléculas foram detectadas na atmosfera de planetas gasosos e até agora nenhum objeto rochoso apresentou esse material. Para essa detecção a Nasa lançou recentemente a missão Kepler, mas os astrônomos acreditam que ainda estamos longe de detectar qualquer elemento químico que possa caracterizar a presença de vida em planetas rochosos. Se planetas como a Terra forem descobertos, a detecção de componentes orgânicos não significa que exista vida nesse planeta, uma vez que existem outros processos que podem gerar essas moléculas. "Se detectarmos moléculas orgânicas em algum planeta rochoso será preciso antes compreender como as leis naturais governam o planeta e como esses elementos se formaram.
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