Sexta-feira, 2 mai 2008 - 11h45
Pesquisadores ligados à Universidade da Califórnia, EUA, alertaram que o derretimento recorde verificado na camada do gelo glacial ártico, ocorrido em setembro de 2007, pode ocorrer novamente em 2008. De acordo com os cientistas, existem 60% de chances de que o derretimento previsto supere o recorde anterior, já que as temperaturas continuam em elevação e existe uma preponderância de camada de gelo recente e mais fino.
As previsões, feitas pelos pesquisadores do Centro de Pesquisas Astrodinâmicas da Universidade da Califórnia, são baseadas em dados de satélites e recordes de temperatura e indicam que existem 3 chances em 5 de que o valor do mínimo anual de gelo será quebrado neste inverno. Se as previsões estiverem corretas esta será a terceira vez em cinco anos que o recorde de derretimento no Ártico será batido. As observações mostram que a camada de gelo perene do Ártico já diminui 10% na última década, culminando com o recorde verificado em 2007, quando a cobertura atingiu 2.54 milhões de quilômetros quadrados, 736 mil quilômetros menor do que a estimada em 2005.
"As mudanças no mar do Ártico é um dos mais claros e óbvios sinais das mudanças climáticas", alerta Dobrot. "O declínio continuado terá efeitos negativos em vários tipos de vidas selvagens, principalmente ursos polares, morsas e focos". Para os humanos, no entanto, grandes zonas livres de gelo no Ártico por longos períodos podem oferecer um grande potencial para as navegações comerciais entre a América do Norte e Europa. O declínio da camada de gelo ampliará a Passagem Noroeste, que corta o Estreito de Bering, Mar de Chukch, Mar de Beaufort até chegar aos arquipélagos canadenses e atingir o Atlântico.
Baseados nas condições das correntes sobre o mar de gelo, o professor e pesquisador aeroespacial Jim Maslanik observou que a Rota do Mar do Norte - a linha de navegação que cai desde o Atlântico até o Pacífico ao longo da costa da Rússia, pode permanecer aberta até o verão. "Se as condições forem favoráveis é possível que áreas livres de gelo se desenvolvam até próximas ao Pólo Norte", disse Maslanik. Cada seção de camada de gelo tem características próprias, que os cientistas chamam de assinaturas. Através dessas assinaturas é possível determinar sua espessura, aspereza, cobertura de neve e detalhes de seu formato geológicos. Com os dados coletados a equipe de pesquisadores faz as previsões de derretimento e acertadamente previu os recordes de derretimento observados nos anos de 2005 e 2007 Fotos: No topo, um dos pesquisadores da Universidade do Colorado durante pesquisa no Ártico. Crédito: James Maslanik. Na seqüência, imagem captada pelo satélite Envisat mostra a rota ao longo da costa do Canadá totalmente navegável no mês de setembro de 2007. Cortesia: ESA. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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