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Domingo, 13 ago 2006 - 08h39

Cientistas têm nova explicação para o formato da Lua

Ao contrário do que muitos pensam, nossa Lua não é completamente esférica, mas ligeiramente achatada na região polar.

A Lua gira em torno de seu eixo e, durante seu processo de formação, a força centrífuga criou uma saliência à medida que o magma derretido do jovem astro esfriava e se transformava em rocha sólida.

Em 1799, o matemático Pierre Laplace observou algo curioso sobre essa deformação: a Lua era achatada demais. Segundo Maria T. Zuber, professora de geofísica e ciências planetárias do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), embora suave, o achatamento era maior que o esperado para a força de rotação na época de sua formação. O diâmetro da Lua é de 3.474 km, cerca de 4 km maior que a distância de entre os polos.

Nos anos de 1960 e 1970, novas pesquisas identificaram uma segunda deformidade em nosso satélite: a Lua era também alongada na direção do eixo em direção à Terra. Se a Lua fosse cortada ao meio, ao longo da linha equatorial, a seção transversal não teria a forma de circular e sim oval, com uma das pontas apontando para a Terra.

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O problema é que até agora ninguém havia apresentado uma explicação totalmente convincente para a atual forma da Lua.

Na última edição da revista Science, Maria Zuber e seus colegas Jack Wisdom e Ian Garrick dizem ter encontrado uma possível resposta para o problema do formato da Lua.

O que o notório matemático Laplace não sabia é que a Lua está se afastando da Terra e desacelerando.

Raios laser refletidos por espelhos deixados na superfície lunar pelos astronautas da Apollo 11 (ao lado) mostram que, a cada ano, a Lua se afasta 3,8 cm da Terra e agora orbita no que os astrônomos chamam de ressonância 1:1 com a Terra. Isso significa que para cada órbita ao redor da Terra, a lua completa uma volta ao redor de seu eixo. Isso explica por que a Lua está sempre com a mesma face voltada para a Terra.

No passado, a Lua estava muito mais próxima e seu período orbital era muito menor. Devido à ressonância 1:1, a Lua também girava mais rápido, o que possivelmente explicaria a saliência. Mas esses cálculos não forneceram a resposta para a distorção observada no eixo Lua-Terra.


Nova teoria
Para explicar de forma convincente, os cientistas do MIT sugerem que a Lua, em seus primórdios, orbitava de forma elíptica, e não circular, e estaria em ressonância 3:2, ou seja, para cada três rotações sobre o eixo o satélite completava duas órbitas. A Lua teria permanecido nesta ressonância por algumas centenas de milhões de anos, até que as forças das marés desacelerassem sua rotação até a presente ressonância circular 1:1.

Os cálculos dos cientistas do MIT mostram que essa órbita forneceria as forças necessárias para determinar o formato da Lua. "É um problema de 200 anos e descobrimos a primeira solução que funciona", afirmou Maria Zuber.

O colega de Zuber, Peter Goldreich, professor emérito de astrofísica e física planetária no Instituto de Tecnologia da Califórnia, Caltech, elogia o trabalho da cientista e afirma, também na Science, que a equipe só não explicou como a Lua entrou na ressonância 3:2, além de continuar sem explicação a disparidade entre os lados da Lua, já que a crosta no lado mais próximo da Terra é muito mais fina que a do lado distante.

Na foto acima, facho de laser é emitido em direção à Lua por telescópio da Universidade do Texas. O método é usado para calcular a distância Terra-Lua, fundamental para a afirmação do MIT.

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