Segunda-feira, 7 jan 2013 - 09h27
Estamos praticamente no pico do ciclo solar, um período caracterizado por fortes ejeções de massa coronal e tempestades solares intensas, capazes de provocar sérios blecautes elétricos aqui na Terra. No entanto, modelos de previsão mostram que isso pode não acontecer neste ciclo.
Clique para ampliar Para quem não sabe, a cada 11 anos o Sol passa por momentos alternados de alta e baixa atividade eletromagnética, conhecidos por mínimos e máximos solares. Esse período é chamado de ciclo solar ou de Schwabe e desde que as observações começaram a ser feitas já foram contados 24 ciclos até o ano de 2013, quando deveremos atingir o máximo do ciclo no mês de maio. Durante o período do máximo solar, grandes manchas e intensas explosões ocorrem quase diariamente na superfície do Sol. Em consequência, na Terra as auroras surgem até nas latitudes médias e violentas tempestades de radiação atingem os satélites em órbita.
A última vez que isso aconteceu com tal intensidade foi entre os anos de 2000 e 2001, durante o máximo do ciclo solar 23. Naquela ocasião, o número médio de manchas na superfície do Sol era de aproximadamente 170. Clique para ampliar Alguns anos antes, durante o pico do ciclo solar 22, em 1989, o número de manchas solares calculado era ainda maior - cerca de 200 - e a intensa atividade solar foi responsável pelo grande blecaute de energia elétrica ocorrido em Quebec, no Canadá, quando ocorreram diversas explosões em transformadores em decorrência de correntes induzidas nas linhas de transmissão.
A menor atividade da estrela é bastante clara. Como estamos próximos ao pico, as tormentas solares já deveriam estar acontecendo com maior frequência há alguns meses e cada vez com maior intensidade. Deveríamos também ter uma quantidade maior de manchas solares, responsáveis diretamente pela atividade do Sol, mas isso não está acontecendo. Apesar de as previsões para 2013 apontarem para um período de baixa atividade solar, isso não significa que não teremos explosões solares, ejeções de massa coronal ou formações de auroras. Esses eventos deverão acontecer diversas vezes ao longo de 2013 e índices KP superiores a 7 ou 8 poderão ser registrados, mas não por períodos prolongados ou seguidos como aqueles observados em 1989, 2000 ou 2001.
Como a previsão de clima espacial é uma ciência ainda é bastante jovem, é impossível no momento saber se existe algum padrão que possa justificar esse ciclo menos intenso, mas os estudos não param. Tanto a Nasa, a agência espacial americana, como a ESA, a Agência Espacial Europeia, investem milhões de dólares no estudo do Sol com a esperança de compreender um pouco mais o comportamento da estrela. Esses avanços permitiram a criação de excelentes modelos de previsão de explosões (os chamados flares solares) e também de deslocamento das partículas ejetadas, que permitem que alertas de tormentas geomagnéticas sejam divulgados com bastante tempo de antecedência.
Relatos informam que as auroras boreais foram vistas até nas latitudes médias ao sul de Cuba e Havaí. Nas Montanhas Rochosas, no oeste da América do Norte, as auroras eram tão brilhantes que acordavam os camponeses antes da hora, que pensavam estar amanhecendo. As melhores estimativas mostram que o Evento Carrington foi 50% mais intenso que a supertempestade de maio de 1921.
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