Segunda-feira, 1 out 2012 - 07h03
Cometa C/2012 S1 ISON pode ser o mais brilhante de todos os tempos
À medida que o cometa C/2012 S1 ISON se aproxima da Terra, as especulações sobre seu tamanho, magnitude e risco potencial começam a crescer. Apesar de muitas dúvidas, o que se sabe é que o cometa poderá ser de fato o mais brilhante dos últimos tempos. Ou então, o maior fiasco.
![]() Clique para ampliar Sempre que algum cometa ou asteroide é previsto a se aproximar bastante do Sol ou do nosso planeta, as especulações sobre sua origem, tamanho e risco de colisão começam a pipocar nos meios de comunicação. Foi assim com Ikeya-Seki, em 1965, Hale-Bopp em 1995, Kohoutek em 1975 ou mais recentemente com C/2006 P1 McNaught, em 2007 ou Elenin em 2011. Recentemente, a descoberta do cometa C/2012 S1 ISON também ganhou bastante destaque na mídia virtual, principalmente por estar previsto que o objeto brilhará muito no final de 2013, com alguns modelos apontando valores absurdamente baixos de magnitudes negativas próximas a 18, o que em termos práticos significa um verdadeiro holofote no céu. (Apenas para lembrar, quanto menor um valor de magnitude, mais brilhante é o objeto).
![]() A órbita de C/2012 S1 ISON é do tipo hiperbólica, portanto não é considerado como parte do Sistema Solar. Ao que tudo indica, o cometa teve origem na chamada nuvem de Oort, uma hipotética região do espaço localizada a 7.5 trihões de quilômetros (50 mil UA - unidades astronômicas), onde supostamente os cometas e asteroides se formam. De acordo com alguns modelos matemáticos, a nuvem de Oort poderia abrigar entre um e cem bilhões de cometas, sendo a sua massa estimada em aproximadamente cinco vezes a da Terra.
Os cálculos também mostraram que em 1 de outubro de 2013 o cometa passará a apenas 10 milhões de quilômetros do planeta Marte e em 26 de dezembro atingirá seu menor ponto de aproximação com a Terra, a 60 milhões de quilômetros de distância. ![]() Clique para ampliar Apesar desses valores poderem sofrer pequenas correções, não há qualquer chance de C/2012 S1 ISON se chocar contra a Terra ou Marte, mas a grande aproximação com relação ao Sol poderá romper o cometa em diversos pedaços.
Atualmente, C/2012 S1 ISON não passa de uma tênue luz que só pode ser vista com telescópios de grande porte, mas esse panorama deverá mudar na medida em que o Sol começar a aquecer o núcleo cometário e vaporizar o gelo que compõe a maior parte de sua estrutura, transformando-a em uma grande cabeleira e uma longa cauda soprada pela ação do vento solar. Quando foi imageado pelo observatório Remanazacco, na Itália, em 22 de setembro de 2012, C/2012 S1 ISON estava a cerca de 6.547 AU, ou seja, 975 milhões de quilômetros da Terra. Na ocasião, os registros mostravam que a coma do cometa ocupava cerca de 5 segundos de arco na abóbada celeste, o equivalente a 23 mil km de diâmetro. No entanto, com a aproximação e consequente ação do Sol, esta coma deverá crescer muitas vezes e se tornar cada vez mais brilhante. De acordo com alguns modelos de magnitude, o brilho de C/2012 S1 ISON poderá atingir até 19 magnitudes negativas. Isso é cerca de 4000 vezes o brilho que o cometa C/1965 S1 Ikeya-Seki apresentou em 1965 ou então 40 vezes o brilho da Lua Cheia. No entanto, em uma projeção feita pelo Apolo11 usando o modelo SSD (Solar System Dynamics), da Nasa, a menor magnitude (maior brilho) alcançada foi de -11.64 magnitudes, a ser observado no dia 29 de dezembro de 2013. Apesar de ser uma diferença muito grande para outros modelos, ainda assim o brilho de C/2012 S1 ISON será quase três vezes maior que o do cometa Ikeya-Seki ou 25 vezes mais intenso que o do cometa C/2006 P1 McNaught, que chamou muito a atenção em 2007 e pode ser visto até mesmo durante o dia.
Durante o período de aproximação máxima, C/2012 S1 ISON terá grande parte de seu material sublimado, o que resultará na formação de uma grande cabeleira criada pelos gases e pelo material cometário. Esse material será soprado para longe pela ação do vento solar, dando origem à chamada cauda do cometa. Antes do periélio, o cometa poderá ser visto na constelação de Virgem próximo ao nascer do Sol, mas durante o periélio sua observação será praticamente impossível de ser feita à vista desarmada, já que estará a menos de 1 grau angular da estrela. Para vê-lo, os interessados deverão recorrer às imagens dos telescópios espaciais solares, especialmente o SOHO e SDO, cujas imagens estão disponíveis no Apolo11. Se sobreviver à tórrida aproximação, C/2012 S1 ISON passará a ser visto no período que antecede o pôr-do-Sol durante vários dias. Seja como um grande e espetacular cometa ou como um grande e espetacular fiasco celeste. Só o tempo dirá. Continue acompanhando!
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