Terça-feira, 24 abr 2007 - 08h41
Construa um óculo especial e veja as imagens tridimensionais do Sol
Se fazer observações solares com apenas um satélite já era bom, imagine então com dois ao mesmo tempo! Esse é o objetivo do par de satélites que forma observatório solar norte-americano Stereo, que registra as imagens do Sol de dois ângulos diferentes criando imagens tridimensionais.
Cenas em 3D permitem estudos muito mais detalhados do comportamento da nossa estrela, capacitando os pesquisadores a fazerem previsões mais precisas da atividade solar, em especial à formação das tempestades solares. ![]() Lançado em outubro de 2006, o observatório espacial Stereo é formado por dois satélites que orbitam o Sol em duas posições diferentes. Enquanto um deles, chamado Stereo-A orbita o astro posicionado em frente à Terra, seu irmão gêmeo Stereo-B o faz por trás do nosso planeta. Ao sobrepor as imagens captadas por ambos os satélites, obtém-se um efeito de profundidade semelhante aquele obtido pela visão humana, com imagens tridimensionais de grande qualidade e resolução.
De acordo com Michael Kaiser, cientista da NASA envolvido com o projeto, o avanço proporcionado pela visão tridimensional do observatório Stereo pode ser comparado entre examinar um paciente através de uma radiografia normal ou uma tomografia computadorizada. Para ver as imagens tridimensionais enviadas pelo observatório são necessários óculos apropriados, mas que podem ser facilmente construídos com cartolina e celofane, utilizando o gabarito fornecido no final do artigo. As intensas tempestades solares, conhecidas como flares solares ocorrem na atmosfera do astro, em uma região conhecida como corona, muito parecida com pelos eriçados e que seguem as linhas do campo magnético solar. Utilizando imagens normais, os cientistas não têm como saber quais estruturas estão à frente ou atrás das outras, por isso as imagens tridimensionais, ou 3D, são tão importantes. "Com as imagens tridimensionais enviadas pela Stereo, conseguiremos identificar com mais precisão como a matéria e energia fluem na atmosfera do Sol”, disse Russell Howard, pesquisador do Laboratório de Pesquisa Naval de Washington.
Os "flares" produzem uma enorme emissão de radiação que se espalha por todo o espectro eletromagnético, e se propaga desde a região das ondas de rádio até a região dos raios X e raios gama. Como conseqüência desses flares temos as chamadas Ejeções de Massa Coronal ou CME, enormes bolhas de gases ionizados (foto ao lado) com até 10 bilhões de toneladas, que são lançadas no espaço a velocidades que superam a marca de um milhão de quilômetros por hora . Nesta velocidade, as partículas ejetadas levam poucos dias para cruzar os 150 milhões de quilômetros que separam o Sol do nosso planeta. Ao atingir a Terra, produzem as chamadas tempestades geomagnéticas, que além de sobrecarregarem as linhas de transmissão, causam severas interferências capazes de causar blackouts de radiopropagação e interferências em sistemas de satélites e navegação. A capacidade de "ver" as imagens em três dimensões ajudará os físicos solares a compreender melhorar o comportamento do Sol, permitindo entre outras coisas, melhorar a previsão das tempestades solares e reduzir os prejuízos causados aqui na Terra.
1 - Clique aqui e imprima o gabarito para seus óculos. Com um lápis, trace o contorno das peças sobre uma cartolina ou papel cartão e recorte as peças. Não se esqueça de fazer o corte da abertura dos olhos! 2 - Recorte um pedaço de celofane azul e outro vermelho ligeiramente maior que as aberturas dos óculos. Com uma fita adesiva, cole o celofane vermelho na abertura esquerda e o celofane azul na abertura direita, tomando o cuidado para não deixar rebarbas soltas. 3 - Por fim, prenda as hastes com fita adesiva. Pronto. Utilize seus óculos tridimensionais e veja o Sol como você nunca viu! Os óculos não foram feitos para olhar para o Sol e sim para as imagens do satélite. Olhar para o Sol diretamente com ou sem óculos pode causar cegueira permanente. Fotos: No topo da imagem, foto feita em 3D no dia 20 de março de 2007 mostra uma proeminência solar que parece saltar próximo ao polo norte do Sol. Clique sobre a imagem para vê-la ampliada. Para ver mais imagens tridimensionais do observatório Stereo clique aqui LEIA MAIS NOTÍCIAS
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