Segunda-feira, 25 nov 2013 - 09h09
Por Rogério Leite
Atualização: 26 nov 2013 - 19h15 BRTTelescópio SOHO mostra ISON na quarta-feira
O cometa entra no campo de visão do telescópio LASCO C3 à meia-noite de quarta-feira vindo do canto inferior direito, conforme mostra o gráfico disponível nesta página. No entanto, a atualização da imagem pode demorar um pouco e deverá estar disponível a partir das 03h00 pelo horário de Brasília.
A menos de 48 horas para o periélio, praticamente não existem mais imagens registradas do cometa ISON. As tentativas de fotografa-lo se mostram infrutíferas, já que ISON está praticamente colado ao Sol e os registros nas pré-manhãs se tornaram quase impossíveis de serem feitos. O vídeo acima é uma animação de 13 frames registrados pela sonda STEREO H1A, da Nasa, em 23 de novembro. Nela vemos o cometa ISON, mais brilhante e o cometa 2P/ENKE, à direita. As cenas foram registradas em 23 de novembro e não mostram qualquer tipo de anormalidade até aquela data. A imagem abaixo mostra a posição do cometa C/2012 S1 ISON no céu nos momentos próximos ao periélio. Nunca é demais lembrar: Não olhe para o Sol na tentativa de ver o cometa, pois há sério risco de cegueira. Não etnte isso!
Há muitas informações desencontradas nesse momento. Uma delas, de Yasser Mohammed, de Alexandria, no Egito. Segundo ele, o monitoramento feito em comprimento de onda milimétrico pelo telescópio IRAM, na Espanha, mostra uma forte deterioração na emissão entre 21 e 25 de novembro. Segundo Mohammed, isso pode indicar um núcleo levemente ativo e até mesmo não existir mais. As emoções estão aumentando. Depois de percorrer mais de 7 trilhões de quilômetros e invadir o Sistema Solar, o cometa C/2012 S1 ISON pode estar com os dias contados. Na quinta-feira a bola de gelo finalmente atingirá o periélio e poderá ser vaporizada pela escaldante corona solar. Clique para ampliar Desde que foi descoberto, em 21 de setembro de 2012, o Apolo11 publicou mais de 30 artigos e 15 notas sobre o cometa ISON (Leia aqui) e durante todo esse período diversas atualizações sobre as possibilidades do cometa foram informadas aos leitores. As primeiras observações mostraram que sua trajetória era altamente inclinada e o faria se aproximar bastante do Sol. Daí em diante as especulações sobre seu brilho o fizeram ganhar fama, já que os cálculos iniciais mostravam que sua magnitude poderia chegar a -20, tão baixa que o faria brilhar mais que a Lua Cheia, em novembro de 2013. Clique para ampliar
De acordo com alguns modelos matemáticos, a nuvem de Oort poderia abrigar entre um e cem bilhões de cometas, sendo a sua massa estimada em aproximadamente cinco vezes a da Terra.
Embora o outburst tenha sido de fato observado nos últimos dias e algumas análises digitais mostrarem que o cometa pode estar com seu núcleo fragmentado, ISON segue firme em direção ao Sol. Se tudo seguir exatamente como previsto pela mecânica celeste, em 28 de novembro o cometa deverá contornar a estrela e seguir seu rumo para dentro do Sistema Solar, mas com muito menos massa do que quando se aproximou. Se isso acontecer, a trilha de poeira deixada para trás permanecerá vagando no espaço até encontrar a Terra pelo caminho nos dias 14 e 15 de janeiro de 2014, provocando uma pequena chuva meteoros. No entanto, muitos especialistas não acreditam nessa possibilidade e entendem que ISON será pulverizado nas proximidades do periélio, quando os dois milhões de graus da corona solar sublimarão implacavelmente o gelo de sua estrutura. Essa hipótese é vista como bastante provável por muitos teóricos, uma vez que cometas semelhantes a ISON não resistiram diante da aproximação máxima. Isso pode realmente ser verdadeiro, mas vale lembrar que outros cometas em condições ainda mais adversas contornaram a estrela e deram um verdadeiro show no céu. É o caso do recente cometa C/2011 W3 Lovejoy, que em dezembro de 2011 contornou o Sol a apenas 140 mil quilômetros acima da superfície, mesmo sendo entre 5 a 10 vezes menor que ISON.
No dia 28 de novembro, exatamente as 16h43 BRT pelo horário de Brasília, essa bola de gelo passará a cerca de 1.1 milhão de km acima da superfície escaldante do Sol a 1.36 milhões de km/h e ninguém sabe exatamente o que vai acontecer. Visto da Terra, ISON estará praticamente colado à estrela e a observação direta será impossível. Não tente olhar, pois além de não ser possível ver o cometa você correrá o sério risco de perder a visão. A melhor forma de acompanhar o evento será através das lentes do telescópio espacial solar SOHO. O cometa entrará no campo de visão do instrumento entre terça e quarta-feira e as imagens poderão ser visto aqui mesmo no Apolo11. Se ISON vai ou não contornar o Sol, ninguém sabe, mas o show de imagens através do telescópio está praticamente garantido. Agora, só nos resta esperar. Fique ligado no Apolo11!
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