Quarta-feira, 17 dez 2014 - 11h25
Por Rogério Leite
Detecção de orgânicos reacende chances de vida no Planeta Vermelho
O gás metano foi detectado pela primeira vez em Marte em 2003 e posteriormente confirmado em 2009. Sua descoberta sugere a presença de algum mecanismo biológico ou geológico em atividade, mas os pesquisadores ainda não sabem exatamente a sua origem.
![]() Clique para ampliar A descoberta foi feita através do instrumento SAM (Sample Analysis at Mars) a bordo do jipe-robô Curiosity, que durante um período de 20 meses "cheirou" a atmosfera ao seu redor do local de prospecção. Durante dois meses desse período foram realizadas quatro medições, que detectaram o gás na proporção de 7 ppm (partes por milhão) A nova detecção do metano foi apresentada recentemente na revista Science e de acordo com o cientista Christ Webster, ligado ao Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL, a emissão do gás apresenta variações com picos de 10 vezes ou mais ao longo de 60 dias marcianos.
Para o pesquisador e coautor do trabalho Sushil Atreya, da Universidade de Michigan, esse aumento temporário significa que deve haver alguma fonte relativamente localizada do gás, que pode estar sendo produzido por fontes biológicas e não biológicas, como a interação da água com as rochas. Além da detecção de metano na atmosfera, o jipe-robô Curiosity também fez uma importante descoberta de material orgânico ao perfurar a rocha "Cumberland", já que essa foi a primeira vez que material orgânico foi encontrado na superfície do Planeta Vermelho. Para os estudiosos, esses materiais podem ter se formado em Marte ou transportados por meteoritos.
Tanto na Terra como em Marte o metano apresenta uma vida muito curta, uma vez que é destruído pela radiação solar em pouco tempo e exatamente por esse motivo ele é usado como indicador de vida, já que sua presença sugere que algum mecanismo biológico ou geológico está repondo a quantidade destruída.
Em 2006, a pesquisadora Lisa Pratt, ligada à Universidade de Indiana, explicou que a origem geológica do metano existente na Terra é extremamente rara, o que tornaria mais plausível a origem biológica para o gás encontrado em Marte. De acordo com Pratt, a existência de seres vivos que se alimentam de metano e que se acumulam próximos à fonte do gás trás uma nova e interessante perspectiva de estudos sobre a possibilidade de vida em Marte. No entanto, para confirmar a presença de micro-organismos nesses locais seria preciso perfurar vários metros abaixo do solo, o que está sendo feito agora.
Um dos métodos usados para testar se o metano marciano é produzido por elementos vivos seria através da contagem de isótopos. Os isótopos de um mesmo elemento têm propriedades químicas ligeiramente diferentes e os organismos vivos "preferem" usar isótopos mais leves. Assim, se o metano ou os orgânicos encontrado em Marte forem de origem biológica, as análises mostrarão relações distintas de hidrogênio e carbono.
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