Quinta-feira, 28 set 2017 - 11h26
Por Rogério Leite
Embora os pesquisadores saibam onde os terremotos acontecem e possam até mesmo especular os locais de tensões crescentes, a previsão de terremotos ainda não é possível, mesmo com avanços significativos da ciência e aumento na velocidade dos supercomputadores.
O maior objetivo do sismologista é prever onde e quando um terremoto acontecerá, já que um alerta antecipado sobre um possível terremoto evitaria o prejuízo material ou a perda de um grande número de vidas. No entanto, esse tipo de alerta ainda é um sonho entre os sismologistas. O maior problema em se prever os terremotos é devido à falta de sinais inequívocos de uma ruptura. Muito já se falou que alguns tremores liberam gás radônio ou provocam algum tipo de interação com a ionosfera, mas esses sinais não ocorrem em todos os terremotos e nem são indicativos absolutos. Além disso, dá para se contar nos dedos às vezes em que eles estiveram presentes antes de algum tremor.
Cada terremoto tem características muito particulares e ocorrem sob condições muito específicas. Na esmagadora maioria das vezes não dão qualquer aviso, sem sinais qualquer sinal característico que possa ser percebido.
As placas tectônicas são enormes blocos de rocha sobre os quais continentes e oceanos estão assentados. Esses blocos estão à deriva, impulsionados pelas correntes e convecção geradas no centro da Terra. Para saber mais sobre esse processo acesse: Núcleo da Terra: A usina de força que produz terremoto À medida que se movimentam, as placas tectônicas produzem diversos tipos de esbarrões, afundamentos e escorregões entre si. São esses movimentos os responsáveis pela formação das cordilheiras, fossas oceânicas, atividade vulcânica, cordilheiras meso-oceânicas, terremotos e tsunamis. Existem sete placas principais e um vasto número de placas secundárias, cada uma delas com movimento e dinâmicas próprias e complexas, com milhares de pontos que se tocam, deslizam e se afastam de maneira completamente caótica, sem que se saiba com clareza onde a tensão provocada pelo movimento está se acumulando ou diminuindo. É nessas regiões que ocorrem os terremotos, a liberação abrupta da energia acumulada ao longo do tempo.
Essa constatação foi possível devido às medições nos movimentos das placas e potencial de energia acumulada, mas estava longe de se tornar uma previsão uma vez que era impossível dizer quando e em que ponto da junção ocorreria a ruptura e qualquer tentativa de prognóstico seria apenas um palpite.
Segundo os pesquisadores, em algum ponto dessa interface poderá ocorrer um sismo de grande magnitude a qualquer momento, mas não se sabe exatamente onde nem quando, uma vez que a junção tem aproximadamente 3 mil quilômetros de extensão e milhares de pontos de estresse mecânico. A grande quantidade de cidades que se encontram sobre a falha, entre elas São Francisco e Los Angeles, fizeram com que os engenheiros desenvolvessem novas tecnologias de construção capazes de compensar os efeitos dos tremores, mas até hoje não foram testadas sob um intenso abalo de 7 graus como o que atingiu o Haiti.
No Japão, por exemplo, os pesquisadores criaram um sistema de aviso de tremores capaz de avisar com 10 segundos de antecedência a chegadas das ondas. Apesar de parecer pouco tempo, 10 segundos de antecedência permitem que as populações deixem suas casas ou procurem abrigo em local seguro, onde possam se proteger ante a chegada do tremor inevitável.
Outra ilusão é achar que alguma pessoa pode prever terremotos simplesmente traçando linhas trigonométricas sobre um mapa e sair dizendo que haverá um terremoto no Japão. Isso é chamado de "chute com certeza", já o Japão é o lugar onde mais acontecem terremotos no mundo. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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