Sexta-feira, 28 mar 2008 - 10h52
Em busca de água, americanos vão à Lua até o final do ano
uando o assunto é a Nova Corrida Espacial, a primeira coisa que vem à cabeça é a Lua. Afinal, os japoneses já estão lá, dando voltas ao seu redor com a missão Kaguya, enquanto os chineses, com a missão Chang'e-1, também já marcam presença e colhem dados. Até a Índia tem planos de ir até lá em 2010, com seu veículo Chandrayaan. Os russos, um pouco mais devagar, também têm planos, mas não informaram a data do retorno.
Diante de tantos países interessados em fazer uma visita ao nosso satélite, é até estranho que os americanos, pioneiros em sua conquista, ainda não estejam por lá. Será que desistiram de Selene e agora só se interessam em planetas distantes e na construção da Estação Espacial Internacional? A resposta a essa simples pergunta é não!
![]() Se você achava que os americanos e sua poderosa agência espacial não tinham mais interesse em nossa inóspita Lua, pode rever seus conceitos. Literalmente falando, a Nasa tem sede e até o final deste ano pretende lançar a sonda LRO, o mais moderno equipamento já desenvolvido para orbitar a Lua, capaz de enxergar objetos menores que 50 centímetros de diâmetro. O objetivo da missão não podia ser outro: achar água nos pólos da Lua, elemento fundamental para sua futura colonização.
A LRO é a primeira de uma série de sondas robóticas norte-americanas que colherá dados sobre a topografia, radiação ambiental, temperatura e composição química da Lua. Os instrumentos científicos já estão sendo integrados à LRO no Centro Espacial Goddard, da Nasa. Quando estiver orbitando a Lua, a sonda fornecerá aos pesquisadores valiosas informações sobre os possíveis lugares onde a água estaria depositada, além de um completo mapeamento do terreno, necessário às futuras missões tripuladas, a primeira delas prevista para 2020. A existência de água representa não somente a possibilidade usá-la para uso humano ou no cultivo de plantas. A quebra das moléculas com energia elétrica pode produzir o oxigênio necessário à respiração no interior das bases, enquanto o hidrogênio poderia servir como combustível para impulsionar os foguetes de retorno à Terra. Mapas produzidos por sondas anteriores sugerem que algumas crateras podem abrigar depósitos com mais de 1 quilômetro cúbico de água. Dados da sonda Clementine e Lunar Prospector, em 1990, mostraram evidências de hidrogênio próximo às crateras polares, mas não foram conclusivos deixaram margem à incerteza. "Este é o trabalho da LRO. Marcar todos os pontos que possa haver água", disse Alan Stern, um dos mais respeitados pesquisadores da Nasa e membro da diretoria para missões planetárias da agência.
![]() Não é fácil confirmar a existência de gelo a uma distância de 50 quilômetros acima da superfície da Lua. Para que as conclusões sejam claras, a sonda LRO levará a bordo quatro instrumentos diferentes e que apontarão para o mesmo ponto na superfície. "Se os quatro experimentos apontarem para existência de gelo não teremos dúvida da sua existência", disse Richard Vondrak, um dos cientistas da missão LRO. "Espero que a sonda responda, de uma vez por todas, se existe ou não água congelada nos pólos da Lua."
![]() A Lua é bombardeada diariamente por uma grande quantidade de raios cósmicos altamente energéticos. Quando esses raios atingem a superfície, produzem nêutrons que retornam ao espaço. Um dos instrumentos a bordo da LRO, chamado LEND (Lunar Exploration Neutron Detector, ou Detector de Neutrons para Exploração Lunar), terá a função de medir a quantidade de nêutrons provenientes da superfície. Se a LRO sobrevoar uma grande cratera com grande quantidade de gelo, os sensores detectarão uma queda no número de nêutrons. Se a sonda LRO conseguir provar que existe mesmo gelo no interior das crateras frias e profundas, estaremos diante de um novo panorama. A Lua deixará de ser, como até agora foi, um local inóspito e passará a ser vista como um local onde realmente o homem poderá instalar bases e viver por longos períodos de tempo. Fotos: No topo, o pólo sul da Lua é visto na parte superior da imagem, captada pelo telescópio Tecumseh em Oklahoma, no dia 3 de agosto de 2007. Na seqüência vemos o mapeamento de neutrons feito pela sonda Lunar Prospector mostrando a distribuição de neutrons na superfície lunar e apontando evidência de água próximo ao pólo (região em roxo). Acima, o instrumento Lola, durante testes no laboratório de Laser do Centro Espacial Goddard. Créditos: Nasa. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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