Segunda-feira, 16 out 2017 - 10h26
Por Rogério Leite
Novas modelagens de decaimento feitas pelo Apolo11-Satview mostram que a Estação Espacial Tiangong-1 está caindo cerca de 340 metros por dia. Não há combustível ou telemetria disponíveis, o que significa que a queda não pode ser controlada.
Concepção artística mostra a estação espacial Chinesa Tiangong-1 em orbita da Terra. Sem controle, não é possível precisar o local e dia exato da reentrada, mas segundo a modelagem feita pelo Apolo11-Satview, a estação espacial de 8.5 toneladas deverá romper a atmosfera da Terra em algum momento entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018.
Há cerca de 1 ano, em setembro de setembro de 2016, a agência espacial chinesa havia informado que o centro de controle da missão havia perdido o contato com a Tiangong-1. Sem receber sinais de telemetria, não é possível disparar os foguetes que corrigem a altitude da estação. Previsão inicial de reentrada da Estação espacial Chinesa Tiangong-1 feita pelo site Satview.org A única coisa que se sabe até o momento é que a nave cairá entre as latitudes 42.8N e 42.8S. Quando isso acontecer, a maior parte da estrutura arderá na atmosfera na forma de uma boa de fogo, mas pedaços mais resistentes como os tanques de combustível deverão resistir ao calor. Essa previsão de local de queda é possível devido à inclinação da orbita da estação, que é de 42.8 graus. A inclinação da órbita é dada no momento do lançamento e só pode ser mudada através de poderosos disparos por retrofoguetes, feitos em operações muito especiais que demandam grandes quantidades de combustível.
Desde seu lançamento, Tiangong-1 foi visitada por diversas naves. A primeira a se atracar ao complexo foi a nave automática Shenzhou 8, que se acoplou em novembro de 2011. Em junho de 2012 a estação recebeu a visita da nave tripulada Shenzhou 9, quando a taiconauta Liu Yang se tornou a primeira mulher chinesa no espaço.
A altitude nominal do rompimento é de 78 km, mas satélites de grande porte que têm estruturas maiores e mais densas conseguem sobreviver por mais tempo e se rompem em altitudes mais baixas. Painéis solares são destruídos bem antes, quando os satélites ainda estão entre 90 e 95 km. Algumas peças de lixo espacial são tão grandes que elas não se queimam na atmosfera da Terra e atingem o sol, como este tanque principal do segundo estágio de um foguete Delta-2, que caiu em janeiro de 1997 na cidade de Georgetown, no Texas, EUA. Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompem, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície. Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que derretem facilmente. Como resultado, essas peças e desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes. Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que necessita de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à reentrada. Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço inox e berilo, comumente usados na construção de satélites. O interessante é que ao mesmo tempo em que são resistentes às altas temperaturas, esses materiais também são muito leves (por exemplo, chapas de tungstênio) e como resultado a energia cinética no momento do impacto é tão baixa que raramente provoca danos de grande porte. O problema dos detritos começa com a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à reentrada pode conter material extremamente tóxico, como a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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