Segunda-feira, 11 jan 2016 - 10h21
Por Rogério Leite
Estrondo em São Paulo: relatos não confirmam queda de meteorito
O suposto estrondo ouvido em algumas cidades de São Paulo ainda gera dúvidas. Os relatos de possíveis testemunhas são dispersos e inconsistentes e não permitem concluir que se tratam do mesmo evento e nem da queda de um meteorito ou passagem de avião.
O pesquisador Renato Poltronieri segura o meteorito Porangaba, encontrado em janeiro de 2015. Este é o quarto objeto desse tipo encontrado no Estado de São Paulo. Crédito: Bramon. Desde que foi noticiado pelo Apolo11, diversos leitores entraram em contato para relatar sobre um suposto estrondo ouvido às 11 horas da manhã de sábado em algumas cidades do interior e litoral de São Paulo. De acordo com os relatos iniciais, havia a possibilidade de o ruído ser o "boom sônico" produzido pela queda de um meteorito, passagem de avião militar em velocidade supersônica ou até mesmo a queda de lixo espacial. Os relatos do possível "estrondo" chegaram em maior número de internautas situados ao redor da cidade de Campinas, a 100 km da capital, mas também houve notificações vindas da Grande São Paulo e de cidades do litoral. No entanto, a maior parte desses e-mails informava justamente o contrário, dando ciência de que no horário informado, nada foi ouvido. O restante dos emails mostrava inconsistência nos horários e imprecisão nos relatos. Alguns davam conta de que o estrondo havia acontecido ainda na madrugada e outros afirmavam que pareciam fogos de artifício".
De acordo com o diretor do Apolo11, Rogério Leite, essa inconsistência de relatos não é normal em eventos de grandes magnitudes. "Um boom sônico, seja produzido por um avião supersônico ou queda de meteorito, não é um evento pequeno. Milhares de pessoas ouviriam um avião quebrando a barreira do som sobre São Paulo ou Campinas. Não dá pra passar em branco e apenas algumas pessoas ouvirem", explicou Leite. ![]() Mapa indica o onde o estrondo foi ouvido. Crédito: Exoss Citizen Science Da mesma forma, a entrada de um meteorito de grande porte também não passaria despercebida. Para Leite, há relatos do estrondo desde Campinas até o litoral e isso só poderia ser causado por uma rocha muito grande rompendo a atmosfera. "Com sinceridade, não acredito nessa hipótese e nem na reentrada de lixo espacial, que deveria ser enorme para produzir um boom sônico", completou.
"Para ter sua explosão ouvida em alto volume nesta distância tão grande o bólido deveria ser muito mais massivo que o meteorito de Porangaba", disse de Piero. Segundo o pesquisador, a explosão do meteorito Porangaba foi ouvida na própria cidade como uma sequência de trovões de volume muito alto, que foi comparada a detonações de dinamites em uma pedreira. No entanto, os relatos vindo de menos 34 km de distância afirmavam que o volume das explosões era muito baixo. "Não houve relatos de eventos sísmicos (em Porangaba, por exemplo, janelas, portas e paredes tremeram). Além disso, o céu estava relativamente aberto por volta das 11h00 da manhã de sábado em São Paulo e ninguém viu absolutamente nada no céu", disse.
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