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Quarta-feira, 30 nov 2005 - 06h31

Europa sofre a maior mudança climática em 5 mil anos

O clima na Europa está passando pelas maiores mudanças dos últimos 5 mil anos, segundo o relatório anual da Agência Européia do Meio Ambiente publicado nesta terça-feira.

O documento analisou a situação ambiental em cerca de 30 países, que incluem os da União Européia (UE) e os candidatos e associados do bloco, e avaliou a eficácia das políticas aplicadas nesse âmbito nos últimos cinco anos.

A principal conclusão do relatório é que "a mudança climática já está em andamento", como demonstra a ocorrência cada vez maior de fenômenos meteorológicos extremos, a escassez de água em algumas regiões e o derretimento do gelo nos pólos".

O fenômeno também se reflete no aumento médio de 0,95 grau centígrado das temperaturas européias, que devem aumentar "de 2 a 6 graus ao longo deste século", alertou a agência.

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Obrigação
"A Europa tem a obrigação de olhar para além de 2012 e de suas fronteiras", pois a mudança climática é um problema global, disse durante a apresentação do relatório a diretora da agência, Jacqueline McGlade.

Segundo ela, é preciso haver uma maior redução das emissões de gases de efeito estufa. Embora a UE tenha conseguido limitar o aumento das temperaturas a um máximo de 2 graus, o continente viverá "em condições atmosféricas jamais experimentadas por seres humanos", disse.

Apesar de a mudança climática ser o desafio mais imediato, existem outras prioridades ambientais, como a luta contra a poluição atmosférica, o regulamento dos produtos químicos para reduzir seus efeitos sobre a saúde e a conservação do solo como recurso produtivo e reserva da biodiversidade.


Indicadores
Para avaliar a situação no continente, o documento analisou nove indicadores: emissões de gases de efeito estufa, consumo de energia, eletricidade renovável, emissões de substâncias acidificantes e de precursores do ozônio, demanda do transporte de mercadorias, superfície dedicada à agricultura ecológica, resíduos urbanos e uso de recursos hídricos.

Por países, a Espanha registrou o pior desempenho da UE no cumprimento de muitos dos objetivos ambientais do bloco, pois passou por um rápido crescimento econômico que não foi acompanhado de medidas para enfrentar os problemas que surgiram.

O relatório destacou os progressos obtidos nos últimos trinta anos graças à legislação da UE, mas também ressaltou os desafios que ainda devem ser enfrentados. A Europa "deverá usar mais as energias renováveis", afirmou o documento.


Uso do solo
Muitos dos problemas ambientais se devem à forma como a Europa utiliza seu solo, à sua estrutura econômica e ao estilo de vida dos cidadãos, sendo "necessário aumentar a conscientização", ressaltou o relatório.

"Em uma economia cada vez mais globalizada, as decisões dos consumidores de qualquer lugar afetam não só o meio ambiente europeu, mas também o de muitas outras partes do mundo", acrescentou.

Além disso, o texto cita uma análise recente que aponta que, entre 1990 e 2000, as áreas urbanas na Europa se expandiram 6%, com a utilização de mais de 800 mil hectares de solos naturalmente produtivos para a construção de casas, escritórios, comércios e outras superfícies artificiais.


Turismo

O relatório alertou ainda que o turismo contribui para a expansão dessas áreas, "sobretudo nos limites de aglomerações costeiras como, por exemplo, a costa mediterrânea, muito urbanizada".

Um desenvolvimento mal planejado do turismo "pode aumentar a pressão sobre regiões que já sofrem com a escassez de água", alertou a agência. Durante a entrevista coletiva de apresentação do documento, McGlade insistiu que as políticas ambientais "demonstraram ser um incentivo à inovação, e não um obstáculo".

Já para a vice-presidente da Comissão Européia (CE), órgão executivo da UE, Margot Wallström, "ainda é preciso fazer muito" para reduzir o impacto da poluição, "fenômeno que provoca a morte prematura de 370 mil cidadãos europeus por ano".

Além disso, ela reconheceu que a UE é responsável pela degradação ambiental em outras áreas do planeta. Por isso, "é necessário estimular o desenvolvimento sustentável", afirmou.

O relatório considera que a reforma fiscal "pode contribuir" para um meio ambiente mais saudável, embora a comissária tenha descartado avanços nessa questão na UE a curto prazo, dada a resistência de alguns Estados-membros.

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