Sexta-feira, 21 nov 2014 - 09h18
Por Rogério Leite
Nem bem a missão Rosetta completou sua primeira fase ao pousar com sucesso sobre um cometa, a exploração espacial já começa a chamar a atenção novamente. No próximo dia 6 a sonda New Horizons sairá da última hibernação antes de chegar ao planeta-anão Plutão.
Clique para ampliar A New Horizons foi lançada em 19 de janeiro de 2006 e desde então já passou por 18 períodos de hibernação, cada um deles variando entre 36 e 202 dias. Com isso, a nave gastou dois terços do seu tempo no espaço dormindo, mas agora chegou a vez de acordar para o melhor da viagem. Em 14 de julho de 2015 a pequena nave estadunidense fará a maior aproximação do planeta anão Plutão, que desde que foi descoberto em 1930, permanece como um dos objetos mais misteriosos do Sistema Solar. O objeto é muito pequeno e fica tão distante que mesmo os melhores telescópios terrestres ou espaciais não são capazes de registrar imagens adequadas para estudos.
Quando a New Horizons foi lançada em 2006, Plutão ainda era classificado como planeta e tinha três satélites naturais: Caronte, descoberto em 1978 e Hidra e Nyx, descobertos em 2005. Em 24 de agosto de 2006, alguns meses depois de lançada a sonda, a UAI, União Astronômica Internacional, "rebaixou" Plutão ao status de planeta-anão. Depois disso, a partir de imagens registradas pelo telescópio espacial Hubble foram descobertas mais duas luas a orbitar Plutão: Cérbero, anunciada em julho de 2011 e Estige, em Julho de 2012.
Plutão e Caronte são às vezes considerados um planeta binário, já que baricentro de suas órbitas não se encontra em nenhum dos dois objetos, mas no espaço livre entre eles. É possível que futuramente a UAI mude novamente a definição de Plutão, dessa vez para planeta anão binário.
Como a energia não se cria, mas se transforma, para que a New Horizons aumentasse a velocidade foi necessário roubar a energia de Júpiter, o que acabou por frear ligeiramente o planeta, uma lei da física conhecida como conservação de energia.
A sonda também fez a primeira viagem dentro da magnetosfera jupteriana, um larga esteira de partículas carregadas que se estendem por dezenas de milhões de quilômetros além do planeta. Além disso, foi a primeira nave a se aproximar da Mancha Vermelha Junior, uma tempestade em formação no hemisfério sul de Júpiter, próximo à famosa Grande Mancha Vermelha. Atualmente, a New Horizons está a 4.8 bilhões de quilômetros da Terra, enquanto Plutão se encontra a 5 bilhões de quilômetros.
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