Segunda-feira, 29 jun 2009 - 09h47
Fumaça de ônibus espacial ajuda a desvendar mistério de Tunguska
Na manhã de 30 de junho de 1908, uma gigantesca explosão provocada por um objeto espacial foi ouvida pelas poucas pessoas que habitavam a região do Rio Tunguska, no centro-norte da Sibéria. Dois mil quilômetros de florestas foram completamente destruídas segundo relatos, o brilho foi tão intenso que durante os dois dias seguintes foi possível ler livros na cidade de Londres, há 10 mil quilômetros de distância.
![]() Clique para ampliar Até hoje, não existe um consenso entre os cientistas sobre o que teria provocado o evento de Tunguska, com as teorias divididas entre a colisão de um meteoro ou choque de um cometa contra a alta atmosfera. Agora, um novo estudo publicado pelo periódico Geophysical Research Letters fez aumentar ainda mais as evidências de que o evento de 1908 pode realmente ter sido causado pelo choque de um cometa. A conclusão é do professor de engenharia Michael Kelley, ligado à Universidade de Cornell, que estudou as plumas deixadas pela combustão dos foguetes dos ônibus espaciais e os eventos que ocorreram dois dias depois, como a formação de um tipo especial de nuvens chamadas noctilucentes, criadas de partículas de gelo que se formam somente em altas altitudes sob temperaturas extremamente frias e que são bastante brilhantes e visíveis somente à noite. Segundo o autor do paper (trabalho científico), após o choque uma gigantesca quantidade de vapor de água produzida pela sublimação do núcleo cometário foi jorrada no interior da atmosfera na forma de um grande redemoinho. No entender de Kelley, a tremenda energia envolvida no processo produziu o que é chamado de turbulência bidimensional, o que explica as nuvens noctilucentes formada milhares de quilômetros um dia após a explosão. ![]() As noctilucentes são as nuvens mais altas existentes na Terra e se formam naturalmente a 95 km de altitude na mesosfera das regiões polares durante os meses de verão, quando a temperatura está ao redor de 117 graus Celsius. De acordo com Kelley, as plumas de exaustão dos ônibus espaciais remontam a ação do cometa, quando um único lançamento injeta 300 toneladas métricas de vapor d´agua na termosfera terrestre. Essas partículas atravessam as regiões do Ártico e Antártida onde formam as nuvens após se introduzirem na mesosfera. Kelley e seus colaboradores disseram que nuvens noctilucentes foram observadas dias após a missão STS-118 do ônibus espacial Endeavour em agosto de 2007, seguida de outras observações em 2003. Antes disso o evento já tinha sido presenciado após lançamentos realizados em 1997. O pesquisador disse ficou intrigado pelos relatos históricos e concluiu que o brilho no céu pode ter sido o resultado da formação das nuvens noctilucentes. O cometa começou a se romper na mesma altitude em que os ônibus espaciais liberam as plumas de exaustão após o lançamento e em ambos os casos o vapor de água é injetado em grande quantidade na atmosfera.
Há muito tempo os cientistas tentam compreender melhor a dinâmica dos ventos nessa região da atmosfera, mas a grande altitude torna a tarefa difícil de ser realizada por meios tradicionais como balões sonda, foguetes ou satélites. Saiba mais sobre o evento de Tunguska
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