Quinta-feira, 23 ago 2007 - 10h36
Furacão Dean foi o terceiro mais forte da história do Atlântico
A pressão barométrica no olho de um furacão é frequentemente utilizada para comparar as tempestades ao longo da história, já que os anemômetros (medidores de velocidade do vento), quase sempre eram, e ainda são, são destruídos pelas tempestades.
![]() Atualmente, o avanço na tecnologia de sensores tem permitido a construção de medidores mais resistentes e precisos, capazes de medir a real velocidade do vento, que para a maioria das pessoas, é o que define realmente a violência ou força de um furacão. No entanto, a pressão barométrica também é uma grandeza que mede a intensidade e quanto menor a pressão no interior de um furacão, maior a força com que o ar é sugado para dentro do sistema. Os intensos ventos são formados pelo rápido transporte do ar de alta pressão, em torno do furacão, em direção à zona de baixa pressão, localizada no olho do furacão.
Tipicamente, quanto mais baixa a pressão, mais rápida a velocidade do ar dentro do sistema, mas uma série de variáveis inerentes a cada tempestade, faz com que essa correspondência nem sempre seja verdadeira. Na terceira semana de agosto de 2007, o mundo acompanhou dia a dia a chegada do furacão Dean ao Caribe, que atingiu a costa do México com ventos de categoria 5 na escala Saffir-Simpson. Os ventos máximos sustentados pela tempestade atingiram a marca de 298 km/h e sua rajadas ultrapassaram 360 km/h. O termo ventos sustentados é utilizado para indicar que os ventos de uma tempestade se mantiveram em velocidade igual ou superior a indicada pelo período de 1 minuto. No momento em que o furacão Dean atingiu a costa do México, um avião caça-furação, pertencente ao Centro Nacional de Furacões dos EUA, NHC, seguiu em direção ao olho da tormenta, com a finalidade de fazer diversas sondagens. Para isso introduziu em seu interior uma sonda com diversos instrumentos. Diversos dados foram coletados e retransmitidos, mas os valores de pressão barométrica impressionaram os especialistas. Os instrumentos mostravam um valor de apenas 90.6 kPa, o terceiro mais baixo já registrado na história daquela região.
![]() De acordo com Jamie Rhome, especialista em tempestades severas do NHC, somente dois furacões na bacia do Atlântico apresentaram valores mais baixos: Wilma, que em 2005 devastou a Península de Yucatán e "Dia do Trabalho", que atingiu as ilhas ao sul da Flórida em 1935. Em quarto lugar vem o furacão Gilbert, que avançou sobre Cancún, no México, em 1988. Segundo os registros mantidos pelo Apolo11, a pressão no interior de Gilbert atingiu a marca de 96.4 kPa e "Dia do Trabalho", 89.2 kPa. Wilma, o mais intenso, foi o recordista com 88.2 kPa ainda sobre o oceano. Gilbert vitimou mais de 300 pessoas em sua passagem pelo Caribe e América Central, enquanto "Dia do Trabalho" foi responsável por mais de 400 perdas humanas, a maior parte de veteranos da 1 Guerra Mundial que trabalhavam na construção de uma estrada ligando a Flórida à cadeia de ilhas ao sul. Wilma ceifou a vida de 63 pessoas e causou prejuízos estimados em 29 bilhões de dólares. Somente 10 furacões categoria 5, a máxima na escala de furacões, atingiram o continente no Atlântico norte. Andrew foi o furacão que mais prejuízos causou na história dos EUA depois de Katrina. Em valores corrigidos os prejuízos ultrapassam 33 bilhões de dólares. O recorde absoluto de menor pressão barométrica pertence ao tufão Tip, que em 1992 registrou a marca de 87.0 kPa sobre o Pacífico, antes de atingir o sul do Japão. Fotos: No topo, imagem captada no dia 21 de agosto pelos sensores de resolução moderada do satélite Aqua, onde vemos o intenso furacão Dean após cruzar a Península de Yucatán. Acima, uma interessante imagem feita a partir da cabine de um avião caça-furacão do tipo P2. Nela velos as paredes internas do olho do furacão Katrina, em 2005. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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