Segunda-feira, 13 mai 2019 - 10h40
Por Rogério Leite
A fusão nuclear controlada, que será pesquisada no Reator Termonuclear Internacional Experimental (Iter), com sede no sul da França, representa a última aventura dos físicos para dotar o mundo de uma energia nuclear mais limpa e ilimitada.
Reator Termonuclear Internacional Iter em construção no sul da França. A fusão termonuclear, que pretende imitar o que acontece no interior do Sol, é objeto de profundas pesquisas há anos. Os cientistas tentam fazer com que os núcleos de dois isótopos de hidrogênio se unam para formar hélio, e isto gere uma grande quantidade de energia. Enquanto a fissão nuclear, ou seja, a fragmentação do átomo para obter energia, é perfeitamente controlada há décadas, a fusão é uma técnica que não se domina em absoluto.
Para isso, o programa Iter, que reúne como sócios União Europeia, Rússia, China, Japão, Estados Unidos e Coréia do Sul, conta com um orçamento de 10 bilhões de euros para um prazo de 30 anos. A escolha de Cadarache, cidade do sul da França, como sede do projeto foi anunciada nesta terça-feira, depois de meses de negociações.
No total, 4.300 pessoas trabalham na central, implantada desde 1959 na cidade francesa de Saint Paul les Durance, a 70 km de Marselha. Além disso, Cadarache abriga desde 1988 o reator experimental Tore Supra, uma espécie de irmão pequeno do Iter, no âmbito de um programa europeu que também inclui o reator Jet, instalado na Grã-Bretanha. O projeto Iter pretende conjugar a potência do Jet e a duração do Tore Supra.
Já o primeiro-ministro Dominique de Villepin destacou que a opção por Cadarache "ilustra a capacidade dos países da União Europeia de executar, unidos, grandes projetos". "É um projeto científico com grandes ambições, que permitirá o desenvolvimento de uma energia de futuro sem provocar impactos negativos no meio ambiente e sem esgotar os recursos naturais", explicou Villepin, garantindo que o projeto significará a criação de 4 mil empregos.
"Somos contrários a este projeto, porque é muito perigoso e não criará empregos na região", afirmou Jean Marcon, presidente da associação de defesa do meio ambiente Mediane. Para a rede Abandonar a Energia Nuclear, que reúne quase 700 associações, o projeto é perigoso porque a manipulação que se pretende realizar com o hidrogênio ainda é desconhecida. Segundo eles, até o Prêmio Nobel de Física em 2002, o japonês Masatoshi Koshiba, advertiu que o Iter não cumpria "um certo número de condições", a maioria em termos de segurança, para se transformar em uma futura fonte de energia quase inesgotável. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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