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Sábado, 30 dez 2006 - 08h55

Geleira se rompe no Canadá e alerta sobre riscos do aquecimento global

Um giganstesco bloco de gelo, maior que 11 mil campos de futebol, se desprendeu na região do ártico canadense. Segundo informações de cientistas da Universidade de Laval, no Canadá, o bloco provavelmente se rompeu há quase 1 ano e meio, próximo à costa da ilha de Ellesmere, 800 km ao sul do Polo Norte, mas não foi testemunhado por ser a região praticamente desabitada.

Assim que viu as primeiras imagens de satélites mostrando o bloco à deriva, Warwick Vincent, cientista que estuda as condições do Ártico, viajou imediatamente para o local da nova e gigantesca ilha formada e se espantou com o que viu. "Esse é um evento dramático e pertubador e mostra que perdemos um considerável pedaço do norte do Canadá, que esteve alí por milhares de anos. Trabalho nisso há mais de uma década e nunca tinha visto uma perda tão grande de gelo", disse Vincent.

A violência do colapso foi tão intensa que sismógrafos instalados há mais de 300 km da região detectaram o evento.

A gigantesca massa polar se desprendeu das geleiras de Ayles, uma área de 66 quilômetros quadrados e uma das seis maiores geleiras remanescentes no Ártico canadense.

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Esse é o maior evento desse tipo a ocorrer no Canadá nos últimos 30 anos e de acordo com Vincent, tudo indica que o aquecimento global seja o fator principal. Segundo o cientista, todas as geleiras remanescentes estão pelo meno 90% menores do que quando foram descobertas, em 1906.


A descoberta
Analisando imagens de satélite de 2005, Laurie Weir, especialista em monitoramento das condições do gelo reparou que um pedaço da geleira Ayles havia partido e se separado. Imediatamente a especialista alertou Luke Copland, chefe do Laboratório do Pesquisas do Gelo na Universidade de Ottawa, que iniciou os esforços para saber o que de fato havia acontecido.

Utilizando imagens de satélites canadenses e norte-americanos, aliado à dados sismográficos, Copland descobriu que a geleira havia de fato desmoronado na tarde de 13 de agosto de 2005. "O que nos surpreendeu foi a velocidade com que aconteceu. É alarmante".

Em alguns dias, o bloco de gelo se deslocou mais de 50 km em sentido oeste até que novamente se congelou nas águas frias do mar, neste início de inverno no hemisfério norte.

As geleiras canadenses são formadas por material de mais de 3 mil anos. Apesar de flutuarem sobre o oceano, estão fisicamente conectadas à ilha.

Derek Mueller, um pesquisador polar da equipe de Vincent, disse que à medida que as temperaturas sobem, as geleiras canadenses ficam cada vez mais fracas. Ao visitar a geleira de Ellesmere's, Mueller constatou que ela também está rachada.

As preocupação dos pesquisadores é com relação à próxima primavera, quando a elevação das temperaturas poderá desprender outros blocos das geleiras árticas. Impulsionados pelos ventos dominantes, serão levados em direção sul, para dentro do Mar de Beaufort.

Uma projeção feita pela cientista Laurie Weir, ligada ao Serviço Canadense do Gelo, nos próximos anos a recém formada ilha poderá adentrar nas rotas usadas pelos navios petroleiros.

Há mais de 10 anos é consenso entre os cientistas que as mudanças ocasionadas pelo Aquecimento Global ocorreriam de maneira gradual, e que esses enorme blocos de gelo derreteriam de forma muito lenta. O que causa espanto é a velocidade com que está acontecendo.

Fotos: As duas imagens, cedidas pela rede de TV CNN, mostram a cientista Laurie Weir, logo após a descoberta do rompimento da geleira. Nas imagens vemos a localização do iceberg e alguma das imagens de satélites que possibilitou a descoberta.

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