Sexta-feira, 14 fev 2014 - 11h02
Por Rogério Leite
O objeto rasgou o litoral acima da cidade de Caraguatatuba e foi registrado por câmeras da Bramon, a Rede Brasileira de Observadores de Meteoros. De acordo com os pesquisadores, o bólido atingiu magnitude de -4.7 e entrou na atmosfera a 15 mil km/h.
O evento ocorreu na manhã de quarta-feira (12/fev) às 05h50 pelo horário de Brasília e foi primeiramente detectado pela câmera allsky instalada em São Sebastião, no litoral paulista e alguns segundos depois pela câmera localizada na cidade de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de SP. Ainda não há registro de algum fragmento remanescente, mas de acordo com o pesquisador Carlos Augusto de Pietro, ligado à Bramon, antes de penetrar na alta atmosfera a rocha tinha aproximadamente 25 quilos de massa e densidade similar a de um condrito carbonáceo CM, mas muito poroso.
Os condritos carbonáceos apresentam elevado teor de carbono, normalmente na forma de grafite, além de carbonatos e compostos orgânicos, incluindo aminoácidos. Também podem conter água e minerais alterados pela água. Rochas desse tipo podem ter sido formadas no Sistema Solar exterior. O mapa com a trajetória mostra que o objeto praticamente cortou a cidade de Caraguatatuba em paralelo à Rodovia Rio-Santos e provavelmente caiu no oceano caso tenha sobrevivido à entrada na atmosfera. Segundo Pietro, a determinação de seu corpo parental (o objeto que deu origem à rocha) ainda está em processo de análise e será divulgada em breve. Clique para ampliar
A insitutição não recebe qualquer verba governamental e todos os custos são provenientes da colaboração dos seus membros. A rede conta atualmente com quatro estações de detecção automatizadas e sincronizadas entre si, o que permite a triangulação dos meteoros. No último mês a rede detectou seis bolas de fogo e calculou 57 trajetórias de meteoros sobre o território brasileiro. Recentemente, a BRAMON deu uma forte alavancada na instalação de câmeras graças ao trabalho do pesquisador Eduardo Plácido Santiago, que de forma bastante determinada tem ajudado aos interessados a montar as próprias estações de monitoramento. Dessa forma, a BRAMON espera que o número de câmeras no território nacional cresça ainda mais, possibilitando monitorar de forma cada vez mais eficiente as bolas de fogo que cruzam diariamente o Brasil, mas que não são detectadas por falta de câmeras de monitoramento.
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