Quarta-feira, 10 set 2008 - 08h30
Finalmente terá início, na fronteira entre a França e Suíça, o maior experimento científico de todos os tempos. Dentro de um túnel blindado, pesquisadores farão reconstituições do Big Bang, a gigantesca explosão ocorrida há 14 bilhões de anos que deu origem ao universo. E o Brasil estará lá.
O projeto do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) é tão ambicioso - intelectual e financeiramente - que nenhuma instituição seria capaz de realizá-lo sozinho. Trabalham nele 5 mil cientistas de 37 países, sob orientação da Organização Europeia para Investigação Nuclear (Cern). Da América Latina, participam só o Brasil e a Argentina. O projeto já consumiu a impressionante quantia de 10 bilhões de francos suíços, cerca de R$ 20 bilhões. As instituições brasileiras envolvidas são a UFRJ, a USP, a Unesp e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.
Os cientistas querem ver como surge a matéria. Provavelmente aparecerão partículas jamais vistas, como a Higgs, hoje conhecida apenas na teoria e que alguns chamam de "Partícula de Deus". Outro enigma é o destino da antimatéria, que some logo que a matéria é criada. Também não se sabe do que é feita a matéria negra. “Não sabemos o que compõe 95% do universo, o que é vergonhoso para um tema que dizemos ser fundamental”, afirma o pesquisador inglês Brian Cox, da Universidade de Manchester. Com isso, a física pode ganhar novas leis.
Quatro detectores instalados ao longo do túnel enxergarão e medirão a energia e as partículas geradas pelas colisões. O detector Atlas, por exemplo, é um cilindro de 45 m de comprimento e 22 m de altura (um prédio de cinco andares). Os cientistas acompanharão tudo da superfície.
O LHC deverá ficar em funcionamento por 15 anos, com intervalos de algumas semanas para manutenção. A conta de energia será dividida entre os governos da França e da Suíça. “A comunidade física mundial está ansiosa aguardando o início do experimento”, continua Leandro de Paula. “Parecemos crianças à espera do brinquedo novo.” Matéria enviada pelo colaborador Victor Hugo, de Natal/RN, a quem agradecemos. Fotos: No centro, técnico solda uma das seções de um dos aceleradores de partículas. A foto, feita em perspectiva, mostra a extensão do equipamento. Na seqüência temos o diagrama da localização do LHC. mostrando a grandiosidade do projeto e tamanho do dispositivo de aceleração. No topo, simulação mostra um dos gráficos aguardados ansiosamente pela comunidade científica: o bóson de Higgs, também chamado "Partícula de Deus". Créditos: CERN. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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