Segunda-feira, 3 set 2018 - 11h06
Por Rogério Leite
A Agência Espacial Japonesa, JAXA, está prestes a iniciar uma intrincada operação espacial. Entre setembro e outubro, um conjunto de cinco naves robóticas descerá na superfície do asteroide Ryugu e coletarão rochas que serão trazidas à Terra pela primeira vez na história.
Asteroide 162173 Ryugu registrado em agosto de 2018 pela sonda Hayabusa-2m a apenas 1 km de distância. Hayabusa-2 chegou nas imediações do asteroide Ryugu em junho de 2018, após três anos e meio de jornada. Durante a aproximação, a sonda japonesa chegou a apenas 20 km de altitude da rocha e efetuou diversas observações e medidas sobre os possíveis locais de pouso. Em agosto, após uma análise global da superfície do asteroide, Hayabusa-2 se aproximou ainda mais e chegou a somente 1 quilômetro de altitude, o que permitiu aos pesquisadores escolherem com bastante precisão os pontos mais prováveis da descida dos robôs.
Esses robôs, batizados Robot-1A e Robot-1B descerão em duas localidades distintas e se moverão pela superfície do asteroide através de saltos, impulsionados por uma massa interna motorizada. Depois disso, em 3 de outubro, a nave mãe, em orbita do asteroide, desacoplarão módulo chamado Mascot, desenvolvido pela Agência Espacial da Alemanha, DLR, em conjunto da Agência espacial Francesa, CNES. Mascot (Mobile Asteroid Surface Scout) carrega 10 quilos de instrumentos, que coletarão diversos dados científicos sobre o asteroide. Entre os instrumentos, Mascot carrega uma câmera grande angular capaz de registrar cenas em 10 comprimentos de onda diferentes, um microscópio digital para estudar os minerais da superfície, uma radiômetro para medir a temperatura e um magnetômetro, para estudar o campo magnético do asteroide. Depois de chegar à superfície Mascot só poderá mudar de posição uma única vez, por meio de um salto. Segundo os cientistas japoneses, a superfície de Ryugu é bastante irregular, o que faz com que os locais de pouso tenham que ser escolhidos com muito cuidado. Próximo ao polo sul do asteroide, por exemplo, há uma feição de 130 metros de altura.
Para completar a missão, a nave mãe Hayabusa-2 descerá em uma das crateras com o objetivo de coletar material. Alguns dias depois a sonda decolará do asteroide e trará o material recolhido para ser estudado na Terra.
Atualmente (setembro de 2018) 162173 Ryugu está a 300 milhões de quilômetros da Terra, próximo ao período de conjunção solar, quando as comunicações entre a Terra e a missão serão interrompidas por alguns dias. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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