Sexta-feira, 19 fev 2016 - 18h03
A história da exploração espacial tem muitos feitos a comemorar nos últimos 60 anos. Desde o lançamento do primeiro satélite artificial, o Sputnik, em outubro de 1957, até as mais recentes descobertas feitas pelas sondas extraterrestres, os motivos para celebração não param de crescer, e se depender da vontade dos pesquisadores espaciais, ainda teremos muitas velinhas pela frente.
Satélite Vanguard 1 sendo montado no topo do foguete lançador Em 17 de março de 1958, partia de Cabo Canaveral, na Flórida, o quarto satélite artificial feito pelo homem, o Vanguard 1. Poderia ser apenas mais uma informação sobre a grande corrida espacial do século 20 se não fosse por um pequeno detalhe: O Vanguard 1 é o mais antigo satélite que ainda orbita a Terra. Seus predecessores, Sputnik 1 e 2 e Explorer 1 reentraram na atmosfera pouco tempo depois de lançados.
Três instituições, todas militares, participaram do projeto. Ao exército coube as operações das estações de rastreio enquanto a força-aérea providenciou o local de lançamento. Todo o equipamento científico ligado à coleta de dados ficou a cargo do NRL, Laboratório de Pesquisa Naval norte-americano, responsável perante os organizadores do IGY em colocar os experimentos ao redor da Terra.
Satélite Vanguard 1 sendo preparado por um dos cientistas do projeto. As pequenas caixas quadradas ao redor da estrutura são as células solares, desenvolvidas pelos Laboratórios Bell em 1954. O lançamento do Vanguard 1, quatro anos depois, provou que as células podiam durar muitos anos no espaço.
Vanguard 1 também foi pioneiro em muitas das tecnologias aplicadas aos satélites norte-americanos e provou que as células solares poderiam ser empregadas por diversos anos na alimentação de transmissores e circuitos eletrônicos. Para ter uma ideia, os pequenos painéis solares instalados ao redor do satélite operaram os circuitos por mais de 7 anos. Se fossem alimentados por baterias convencionais não funcionariam por mais de 20 dias.
Apesar do sinal de localização cessar em 1964, até hoje Vanguard 1 continua servindo à comunidade científica. Diversas estações de rastreio, oficiais e amadoras, diariamente calculam sua posição e fornecem importantes dados sobre os efeitos do Sol, Lua e alta atmosfera nas órbitas dos satélites.
Apogeu é o ponto de maior afastamento de um satélite com relação à Terra e perigeu é o ponto de maior aproximação. Período é o tempo que o satélite leva para completar uma órbita. Na época do lançamento do Vanguard, os cientistas do NRL construíram em diversas partes do planeta uma série de estações de rastreio a qual deram o nome de Minitrack. Essas estações captavam os sinais do Vanguard e calculavam os parâmetros orbitais que eram usados na previsão de posição e determinação das órbitas futuras. Alguns anos mais tarde o Minitrack deu origem ao atual Sistema de Vigilância Espacial, dos EUA, que tem a capacidade de detectar e calcular parâmetros de qualquer satélite desativado que passa sobre o país.
Sofrendo muito pouco a influência da atmosfera, o Vanguard perde pouca altitude ao longo dos anos. Isso permite que se mantenha em órbita por muito tempo, fazendo com que as futuras gerações lembrem sempre dos primeiros anos da era espacial. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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