Segunda-feira, 23 dez 2013 - 09h51
Por Rogério Leite
Depois de ter atingido o periélio em 28 de novembro e se transformado em uma grande e brilhante nuvem de fragmentos muito se falou sobre o cometa ISON, mas a impossibilidade de vê-lo através de telescópios terrestres só fez aumentar a especulação sobre seu destino.
Clique para ampliar Quando se observa as imagens dos telescópios solares SOHO e STEREO, a impressão que se tem é que o cometa C/2012 S1 ISON sobreviveu ao encontro solar, já que a brilhante nuvem de fragmentos pulverizados que surgiu após o periélio parecia mostrar a presença de um núcleo principal. Apesar disso, nos momentos próximos ao encontro diversos especialistas em cometas do tipo "sungrazers" (objetos que mergulham em direção so Sol) já afirmavam que seria quase impossível a ISON sobreviver. Quando o objeto sumiu atrás do anteparo dos coronógrafos LASCO a bordo do satélite SOHO, um dos maiores especialistas em cometas da atualidade, Leonid Elenin, afirmou: ISON morreu.
Mesmo com mais certezas do que dúvidas, durante alguns dias a comunidade científica ficou com um pé atrás em confirmar a desintegração de ISON, já que alguns cientistas acreditavam que o cometa podia carregar um pequeno núcleo remanecente, mas a falta de imagens terrestres que pudesse detectar tal núcleo tornava essa possibilidade uma mera especulação. Agora, uma série de novas imagens do telescópio Hubble parece descartar a existência de fragmentos remanescentes de ISON.
Cada uma das quatro cenas registradas é uma combinação de duas exposições separadas. Se ISON estivesse realmente presente, ele seria detectado no mesmo local em pelo menos um dos frames de cada composição. De acordo com o pessoal que programa as imagens do Hubble, houve alguma incerteza em relação à posição que o telescópio deveria ser apontado, já que não houve observações terrestres após o cometa ter passado pelo periélio, o que impediu a geração de novos elementos orbitais. De acordo com o astrônomo Hal Weaver, que concebeu a estratégia de observação do telescópio Hubble, havia dois locais prováveis onde o cometa deveria estar, calculados com base em posições anteriores medidas quando ISON ainda era visível. Weaver também estima que os objetos mais tênues que o Hubble poderia captar nestas imagens teriam cerca de 25 magnitudes, o que significa que o telescópio teria condições de detectar fragmentos com tamanho igual ou maior a 160 metros de diâmetro na posição onde o cometa deveria estar e isso não aconteceu.
Além disso, a falta de novos elementos orbitais que permitam um apontamento 100% preciso do telescópio também é um hipótese para que ISON não tenha sido recuperado nas imagens do Hubble. Essa é a ideia defendida pelo astrofísico Toni Scarmato, da Universidade de Bolonha, que acredita que a dinâmica durante o periélio possa ter criado algum tipo de "solavanco" que alterou ligeiramente a orbita do cometa, embora a maioria dos pesquisadores não acredite nisso. Sendo assim, para a maioria dos astrônomos ISON está totalmente pulverizado e suas partículas espalhadas pelo espaço, embora exista uma chance muito remota de que um pequeno núcleo ainda exista, muito pequeno ou fora da posição calculada. Aguarde os novos capítulos!
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