Quarta-feira, 10 fev 2010 - 09h12
Imagens de satélite ajudam a avaliar novos terremotos no Haiti
Imagens obtidas através do satélite japonês ALOS e interpretadas por um grupo de cientistas da Universidade de Miami revelaram surpreendentes detalhes sobre o violento terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro. Segundo os dados, a ruptura do terremoto não atingiu a superfície, um fato bastante incomum para tremores de grande magnitude.
![]() Entretanto, a constatação mais importante feita pelos pesquisadores é de que apenas a metade oeste do segmento da falha que partiu em 1751 se rompeu no último terremoto. "Ainda estamos esperando o outro sapato para cair", disse Tim Dixon, professor de geologia e geofísica da Universidade de Miami. As imagens revelaram outros fatos surpreendentes. Segundo o professor de geologia e geofísica Falk Amelung, da mesma universidade, devido à configuração da placa tectônica eram esperados movimentos laterais na região da falha, mas durante o terremoto foram registrados grandes quantidade de movimentos verticais. "Isso explica como uma ruptura relativamente pequena foi capaz de gerar um terremoto tão grande", disse Amelung. Os dados mostram o terremoto ocorreu na falha Enriquillo Plaintain ou próximo dela, onde a maioria dos cientistas suspeitava, mas até agora não tinha provas suficientes. "Isso é um verdadeiro alívio, porque mostra que as nossas idéias atuais sobre a tectônica da área estão corretas", acrescentou Amelung. No entender de Dixon e seus colegas, existe uma possibilidade bastante razoável de que um novo terremoto, similar ao que ocorreu no dia 12 de janeiro, ocorra novamente sob a capital Porto Príncipe nos próximos 20 ou 30 anos. Com base nessa possibilidade os pesquisadores estão alertando os governantes para que as infraestruturas críticas como escolas, prédios governamentais e hospitais sejam realocados para o norte, fora da área de perigo. Em 1986, no alvorecer da era do GPS, os cientistas da agência espacial americana, NASA, incluindo Dixon, começaram a fazer uma série de medições geodésicas na ilha de Hispaniola, formada pelo Haiti e República Dominica. Uma década depois as medições mostraram que a falha Enriquillo Plaintain, no sul do Haiti, representava um perigo significativo para a região do Haiti, em especial a capital Porto Príncipe. De modo geral, aquelas medidas iniciais nos deram o atual conhecimento que temos sobre os riscos daquela zona e desde então passamos a estudar a falha Enriquillo Plaintain de maneira mais profunda. Além de Dixon e Amelung, participam das análises das imagens os cientistas Shimon Wdowinski, Guoqing Lin, Fernando Greene e Sang-Hoon Hong, todos da Escola Rosenstiel de Tectônica Ativa da Universidade de Miami, além de pesquisadores da Nasa, Fundação Nacional da Ciência, NSF, Agência Espacial Japonesa, JAXA e Laboratório de Propulsão a Jato, JPL, da Nasa/Universidade do Arizona. Saiba mais sobre o terremoto no Haiti
LEIA MAIS NOTÍCIAS
Se você precisa de uma base de dados de latitude e Longitude das cidades brasileiras, clique aqui.
|
Apolo11.com - Todos os direitos reservados - 2000 - 2023
"Quando o orgulho vai na frente, a vergonha e os danos vão atrás" - Provérbio francês -