Quinta-feira, 16 jul 2015 - 09h11
Por Rogério Leite
A incrível aproximação da sonda New Horizons não decepcionou os cientistas e as primeiras análises dos dados coletados mostram um mundo surpreendente, repleto de montanhas de gelo, traços de metano na atmosfera e atividade geológica recente.
Clique para ampliar Os primeiros dados da sonda New Horizons chegaram na noite de terça-feira, inicialmente trazendo os números sobre o status da nave, seguido dos pacotes iniciais contendo imagens em alta resolução e resultados das análises feitas por um dos espectrógrafos a bordo da sonda. As primeiras análises das imagens em alta resolução revelaram um terreno relativamente novo, formatado por algum processo geológico recente ocorrido nos últimos 100 milhões de anos.
"Não encontramos nenhuma cratera de impacto nestas imagens, o que pode significar que o terreno observado é uma superfície muito jovem", disse o cientista John Spencer durante a coletiva de imprensa realizada na tarde de terça-feira, 15 de julho, no campus da Universidade Johns Hopkins. De acordo com o pesquisador, essa atividade geológica precisa de alguma forma de calor para acontecer e que nas luas de gelo já estudadas só ocorre devido a um mecanismo conhecido como "aquecimento por maré", causado pela interação gravitacional entre uma lua de gelo e o gigantesco planeta que a hospeda. No entanto, devido à pequena massa do sistema plutão-caronte é pouco provável que essa atividade seja causada pelo aquecimento por maré, o que leva os especialistas a sugerir que o calor tenha ou teve origem em algum tipo de atividade radioativa, exatamente como ocorre no núcleo da Terra. Clique para ampliar Além das análises preliminares sobre a atividade geológica, a cena mostrada ao público revela cadeias de montanhas de gelo ao longo da conhecida região em forma de coração, com alguns picos atingindo 3300 metros de altura. Essa região foi formalmente batizada de "Tombaugh Regio", em homenagem ao astrônomo que descobriu Plutão em 1930. Imagens feitas de Caronte, a maior Lua de Plutão, também revelaram interessantes feições em sua superfície, entre elas um abismo bastante profundo, com 6 a 10 km de profundidade, que de acordo com os pesquisadores também pode significar uma reformatação recente da superfície.
Embora a quantidade de metano não seja tão grande, permite especular sobre a possibilidade de Plutão ter armazenado compostos desde o início da formação do Sistema Solar, o que faria do planeta anão uma espécie de fóssil contendo preciosos segredos de mais de 4.5 bilhões de anos.
Segundo a NASA, essa fase de coletas de dados em grande volume deve finalizar em duas semanas. Por enquanto, essas são as notícias de Plutão! LEIA MAIS NOTÍCIAS
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