Segunda-feira, 9 fev 2009 - 10h31
Após o acidente que paralisou os primeiros testes do Grande Colisor de Hádrons, LHC, em 19 de setembro de 2008, a Organização Européia para Pesquisa Nuclear - CERN - informou que as atividades do gigantesco acelerador de partículas serão retomadas e até o final deste ano os primeiros dados começarão a ser produzidos.
Segundo o boletim divulgado pela Organização, a falha ocorreu devido a um incidente nos módulos 3-4 e provocou um grande vazamento de hélio no túnel do acelerador. As investigações posteriores apontaram que o problema ocorreu em decorrência de pane elétrica relacionada ao controle de dois magnetos supercondutores. No total o LHC possui 1232 magnetos desse tipo. Desde que ocorreu a falha, muitos progressos foram realizados e diversas técnicas para detecção de anomalias foram criadas. Segundo os técnicos do LHC, o sistema está mais seguro agora. "Nossa maior prioridade para 2009 é conseguir uma data para as primeiras colisões, mas tendo a precaução como o princípio guia", disse Steve Myers, diretor para os aceleradores do Cern.
A colisão ocorrerá em quatro pontos do túnel circular, onde quatro grandes detectores de partículas registrarão os impactos. Um desses detectores, chamado ATLAS, é do tamanho da metade da catedral de Notre Dame, em Paris.
Da mesma forma como os prótons e elétrons interagem com o campo eletromagnético existente em todas as partes do Universo, os físicos acreditam que exista mais um campo, o de Higgs, que confere massa às partículas. A existência do Bóson de Higgs é o elo que falta para os físicos explicarem como as partículas fundamentais que compõe o Universo adquiriram massa. Apesar de intensa - a colisão irá gerar uma temperatura de 100 mil graus Celsius - sua duração será de apenas um bilionésimo de segundo, suficiente para revelar a existência da partícula de Higgs, que especula-se, tenha entre 100 e 200 vezes a massa de um próton. Chamado de Partícula de Deus, o Bóson de Higgs é tão instável que sua duração é de apenas um milionésimo de bilionésimo de bilionésimo de segundo, mas mesmo assim deverá ser detectada pelos instrumentos do CERN.
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