Segunda-feira, 12 mar 2018 - 08h49
Por Rogério Leite
Lá vem ela! Estação espacial chinesa deve cair nos próximos dias
Novas simulações feitas pelo Apolo11-Satview indicam que a Estação Espacial Tiangong-1 deverá cair na Terra em cerca de 20 dias. A nave está fora de controle e deverá romper a atmosfera na forma de uma grande bola de fogo.
![]() Previsao de reentrada da estação espacial chinesa Tiangong1. A modelagem foi feita em 12 de março de 2018 e deverá sofrer alterações ao longo do tempo. De acordo com as novas modelagens, a nave está caindo cerca de 320 metros por dia, sem arrasto significativo na alta atmosfera. Mantendo essa dinâmica, a Tiangong-1 atingirá o ponto de ruptura no dia 1 de abril, mas essa data deverá sofrer alterações na medida em que novos dados são processados.
A estação espacial tem 8.5 toneladas e está sem controle desde 2016, quando o centro de controle da missão perdeu os sinais de telemetria da nave. Assim, ainda não é possível precisar o local e dia exato da reentrada, mas a última modelagem feita pelo Apolo11-Satview indica que o ponto de ruptura ocorrerá sobre o Atlântico Norte, a nordeste das Bahamas. As condições da alta atmosfera indicam que a data prevista pode ser ligeiramente antecipada, mas não deverá ser antes do dia 24 de março. A atividade solar é fundamental para uma modelagem mais precisa do momento da reentrada, mas a previsão de fluxo solar não deverá variar significativamente. Um aumento nesta atividade torna a atmosfera superior mais densa, contribuindo por uma queda mais agressiva dos satélites em orbita baixa.
Essa previsão de local de queda é possível devido à inclinação da orbita da estação, que é de 42.8 graus. Essa inclinação orbital é dada no momento do lançamento e só pode ser mudada através de poderosos disparos por retrofoguetes, feitos em operações muito especiais que demandam grandes quantidades de combustível.
Você pode acompanhar a posição da estação Tiangong-1 através do nosso site "Satview", especializado em rastreio de satélite e lixo espacial. Clique e acompanhe
Desde seu lançamento, Tiangong-1 foi visitada por diversas naves. A primeira a se atracar ao complexo foi a nave automática Shenzhou 8, que se acoplou em novembro de 2011. Em junho de 2012 a estação recebeu a visita da nave tripulada Shenzhou 9, quando a taiconauta Liu Yang se tornou a primeira mulher chinesa no espaço.
A altitude nominal do rompimento é de 78 km, mas satélites de grande porte que têm estruturas maiores e mais densas conseguem sobreviver por mais tempo e se rompem em altitudes mais baixas. Painéis solares são destruídos bem antes, quando os satélites ainda estão entre 90 e 95 km. Algumas peças de lixo espacial são tão grandes que elas não se queimam na atmosfera da Terra e atingem o solo, como este tanque principal do segundo estágio de um foguete Delta-2, que caiu em janeiro de 1997 na cidade de Georgetown, no Texas, EUA. Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompem, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície. Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que derretem facilmente. Como resultado, essas peças e desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes. Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que necessita de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à reentrada. Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço inox e berilo, comumente usados na construção de satélites. O interessante é que ao mesmo tempo em que são resistentes às altas temperaturas, esses materiais também são muito leves (por exemplo, chapas de tungstênio) e como resultado a energia cinética no momento do impacto é tão baixa que raramente provoca danos de grande porte. O problema dos detritos começa com a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à reentrada pode conter material extremamente tóxico, como a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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