Terça-feira, 2 jul 2013 - 08h30
Por Rogério Leite
Um foguete russo do tipo Proton-M provocou uma verdadeira bola de fogo ao se chocar contra o solo nas proximidades da base de lançamento de Baikonur, no Cazaquistão. O artefato carregava três satélites de navegação da série Glonass.
O evento ocorreu na noite de segunda-feira (08h38 da manhã de terça-feira no Cazaquistão) alguns instantes após a decolagem, quando uma falha nos sistemas de estabilização não impediu que o foguete se inclinasse perigosamente durante a decolagem. Normalmente, os desvios de inclinação são corrigidos através de sistemas giroscópicos que têm a função de manter o foguete em sua rota. Quando o desvio é excessivo a ponto de não ser mais possível a compensação, uma ordem é enviada para que o foguete seja destruído. No entanto, não parece ser este o caso.
O vídeo mostra claramente que o foguete apresentou instabilidades logo nos primeiros segundos depois da decolagem, fazendo o artefato bambolear. Aos 18 segundos de voo o Proton-M tombou completamente no sentido horizontal, tornando impossível qualquer tentativa automática de correção. Enquanto foguete caia era possível observar algumas labaredas partindo do primeiro estágio, ao mesmo tempo em que a carga útil era ejetada do topo do terceiro estágio. Em seguida, as labaredas tomaram conta de todo o corpo do artefato, que se chocou e explodiu contra o solo. Os propulsores do Proton-M utilizam uma mistura hipergólica (substâncias que reagem quando entram em contato) altamente tóxica e cancerígena formada por tetróxido de dinitrogenio e dimetilhidrazina assimétrica, responsável pela cor marrom da fumaça observada logo após a explosão. Ainda não se sabe a causa do acidente, mas a falha na estabilização observada pode ter ocorrido em problemas originados no primeiro estágio, que pode não ter criado o empuxo necessário para propelir o engenho. Sem a força necessária, o foguete perde velocidade e tomba tornando inútil qualquer manobra de correção por parte dos sistemas de estabilização.
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