Quinta-feira, 3 ago 2023 - 10h46
Por Rogério Leite
Depois de superar inúmeras expectativas, a missão Aeolus Wind foi aclamada como uma das missões de sensoriamento remoto de maior sucesso. O fim da missão também foi bastante comemorado, uma vez que a equipe de engenheiros espaciais conseguiu apontar o satélite para uma reentrada segura na Terra, mesmo que Aeolus não tenha sido projetado para isso.
Concepção artística mostra o satélite AEOLUS na orbita da Terra. Crédito: ESA Atualmente, todas as missões que envolvam satélites devem seguir rigorosos protocolos, com o objetivo de minimizar ao máximo o risco de causar danos durante a reentrada na atmosfera. Embora o lançamento do Aeolus tenha ocorrido em 2018, a nave foi projetada no final dos anos 90, quando os diversos regulamentos atuais ainda não estavam em vigor. E é justamente por isso que a reentrada foi bastante comemorada. O risco de Aeolus causar danos sempre foi pequeno, mas a ESA foi extremamente cautelosa e tentou reduzir ao máximo a possibilidade de danos.
Essencialmente, os cientistas tentaram fazer com que um satélite que nunca fora projetado para reentrar em segurança, o fazer de acordo com as normas em vigor atualmente. Para isso, a equipe de engenheiros aeroespaciais e especialistas em dinâmica de voo do centro de controle de missão ESOC, na Alemanha, começou a trabalhar. O objetivo era usar um mínimo resquício de combustível ainda disponível no tanque para realizar uma série de queimas para abaixar o Aeolus e colocá-lo na melhor posição para reentrar na atmosfera. E eles conseguiram. O satélite da missão Aeolus reentrou na atmosfera no dia 28 de julho de 2023 acima da Antártida, após passar mais de cinco anos na orbita da Terra. A reentrada ocorreu após uma série de manobras realizadas quase manualmente, que permitiram que o satélite baixasse de 320 km para apenas 120 km de altitude, quando então o arrasto da atmosfera completou a tarefa de pulveriza-lo em segurança. “Aprendemos muito com esse sucesso e podemos potencialmente aplicar a mesma abordagem para alguns outros satélites no final de suas vidas, que foram lançados antes que as atuais medidas de descarte estivessem em vigor”, disse o diretor de Operações da ESA, Rolf Densing. "As equipes conseguiram algo notável. Essas manobras eram muito complexas, principalmente porque o Aeolus não foi projetado para realizá-las", completou Densing. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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