Segunda-feira, 10 nov 2008 - 09h14
Finalmente, depois de mais de dois anos com poucas manchas solares, alguns flares esporádicos e aparentando bastante calma, o Sol finalmente dá sinais de mudanças. Alguns grupos de manchas já podem ser vistos no disco estelar e até perturbações geomagnéticas já estão sendo observadas aqui na Terra. É o Ciclo Solar 24, que até que enfim, começou.
"Acredito que o Mínimo Solar (período de baixa atividade) já é coisa do passado", disse David Hathaway, astrofísico do Centro Espacial Marshall, da Nasa, que faz previsões das condições do tempo espacial. "No último mês contamos cinco grupos de manchas. Pode não parecer muito, mas em um ano de recordes de poucas manchas, cinco delas é bastante significativo e representa um aumento real na atividade do Sol". Mais significativo que a presença das manchas no entanto, é que quatro delas já pertencem ao novo Ciclo Solar 24, que estava sendo aguardado há bastante tempo pelos cientistas. "Em outubro vimos as primeiras manchas desse novo Ciclo, além das derradeiras manchas do Ciclo anterior.
O Ciclo Solar 23 atingiu seu pico no ano 2000 e desde então a atividade do Sol vem decaindo. Apesar disso, o Ciclo Solar 24 não começava prá valer, o que deu origem a diversas especulações. Em 2008 ambos os ciclos, 23 e 24, se sobrepuseram, com ambos apresentando baixíssimo nível e atividade. De janeiro a setembro, o Sol produziu um total de 22 grupos de manchas, 82% delas pertencente ao Ciclo 23. Outubro, no entanto, apresentou 5 manchas, 80% das quais relacionadas ao Ciclo 24.
O surgimento das manchas está diretamente ligado à atividade magnética da estrela e de modo geral, quanto maior a quantidade delas maiores serão os efeitos eletromagnéticos provocados na alta atmosfera da Terra, especialmente na ionosfera. Manchas solares são comuns de serem vistas na superfície solar. Visualmente são regiões mais escuras e apresentam fortes reduções de temperatura e pressão das massas gasosas do Sol.
A maior mancha do novo ciclo emergiu no final de outubro de 2008 e recebeu o número 1007, ou "007". A mancha solar apresentava dois núcleos escuros maiores que a Terra e estavam conectadas entre si por filamentos de milhares de quilômetros
Nos dias 3 e 4 de novembro a "007" produziu uma série de flares solares de Classe-B, que apesar de serem considerados de baixa intensidade, foram sentidos na Terra. O bombardeio de raios-x atingiu o lado iluminado do planeta e produziu ondas de ionização que se propagaram por toda a Europa. Radioamadores que monitoravam emissões na banda de VLH (Freqüência Muito Baixa) perceberam o fenômeno através de estranhos fades (variações bruscas e blackouts) causados pelo distúrbio repentino na ionosfera.
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