Sábado, 28 jun 2008 - 15h43
Dados do terreno marciano fornecidos pelas sondas norte-americanas Mars Reconnaissance Orbiter e Mars Global Surveyor (MRO e MGS) revelaram aos cientistas espaciais aquela que pode ser a maior cratera existente no sistema solar.
Os estudos foram possíveis devido às sondagens topográficas e gravitacionais dos hemisférios norte e sul do Planeta Vermelho e podem solucionar um dos maiores mistérios que ainda existem no Sistema Solar: Por que Marte tem dois tipos tão diferentes de solo nos dois hemisférios? Esse mistério tem deixado perplexos os cientistas desde que as primeiras imagens do planeta começaram a ser feitas pelas sondas espaciais na década de 1970. A principal hipótese, proposta em 1984 seria a possibilidade da ocorrência de um colossal impacto ocorrido há milhões de anos. A teoria não ganhou muitos adeptos já que as formas das bacias não parecem se enquadrar naquilo que se espera das formas padronizadas de uma cratera. No entanto, os novos dados parecem que finalmente podem convencer os cientistas que duvidavam da teoria do impacto.
"Não estamos provando a hipótese de um impacto gigante, mas acredito que conseguimos mudar a corrente atual do pensamento", disse Jeffrey Andrews-Hanna, pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia, MIT. O paper (trabalho científico) foi publicado esta semana na revista especializada Nature e é assinado por Andrews-Hanna, sua colega Maria Zuber, também do MIT e Bruce Banerdt, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL. Segundo o trabalho, a gigante bacia do hemisfério norte, que cobre aproximadamente 40% da superfície de Marte, algumas vezes também chamada de Bacia Borealis, seria o que restou de um colossal impacto ocorrido no início da formação do Sistema Solar. Com 8500 quilômetros de diâmetro, é aproximadamente quatro vezes maior que a segunda maior bacia de impacto, conhecida com Bacia de Hellas, localizada no hemisfério sul do Planeta Vermelho. Os cálculos da equipe sugerem que o objeto que causou o impacto que deu origem à Borealis teria aproximadamente 1900 quilômetros de diâmetro, ou seja, do tamanho de Plutão! "Isso é muito impressionante e sugere implicações não somente na evolução inicial de Marte, mas também na formação da Terra", disse Michael Meyer, cientista-chefe para as pesquisas de Marte da Nasa. A bacia do hemisfério norte é um dos lugares mais lisos e aplainados encontrados até agora no Sistema Solar, ao contrário do hemisfério sul, rugoso, com muitas elevações e muito craterado, com picos que variam entre 4 e 8 quilômetros de altitude. De acordo com Andrews-Hanna, foram feitas diversas simulações com os dados enviados pelos orbitadores, que revelaram claramente a forma elíptica da Bacia Borealis, o que é coerente com uma cratera de impacto. "Somado ao padrão elíptico, existem sinais de um possível segundo anel externo rodeando a borda da bacia, outra característica típica de uma bacia de impacto", explicou Bruce Banerdt. Foto: No topo, Marte fotografado pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter. No detalhe, concepção artística mostra a sonda orbitando a superfície do planeta. Crédito: Nasa/JPL LEIA MAIS NOTÍCIAS
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