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Quinta-feira, 8 jan 2009 - 09h53

Meteorito mostra que asteróides podem ter crosta similar à da Terra

De acordo com estudos realizados por cientistas da universidade de Maryland, nos EUA, os dois raros meteoritos encontrados na Antártida há dois anos vieram de um antigo e desconhecido asteróide que tinha a composição de sua crosta similar a da Terra. Essa é a primeira vez que se descobre em um asteróide o mesmo material que compõe a crosta terrestre.

meteoritos na antártida GRA 06128 e GRA 06129

A descoberta, publicada no dia 8 de janeiro na revista Nature também representa o mais antigo exemplo de rocha com essa composição já encontrada.

Segundo o geoquímico James Day, um dos responsáveis pela descoberta, esses meteoritos apontam para uma diversidade previamente desconhecida de materiais formados no início do Sistema Solar. "O que mais nos surpreende é que essas rochas têm composição similar à andesita, que são as mesmas rochas que estão abaixo dos nossos pés. Nenhum meteorito até agora estudado tinha essa composição".

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Day explica que sua equipe está empenhada em descobrir como diferentes corpos do Sistema Solar podem ter crostas com composição química similar. "Entendemos que isso ocorre devido à limitada variedade dos asteróides, o que mostra que a formação de andesita ocorre em nosso Sistema através de processos não relacionados às placas tectônicas, geralmente aceitos como o processo formador da crosta terrestre.


Os meteoritos
Os dois meteoritos que Day e sua equipe estudaram foram descobertos na placa de gelo de Graves Nunatak, na Antártida, em 2006 e 2007 e foram batizados de GRA 06128 e GRA 06129. Imediatamente os cientistas perceberam os meteoritos não eram comuns, uma vez que apresentava elevado conteúdo de um mineral colorido chamado oligoclásio, do grupo dos feldspatos.

Uma variedade de objetos do Sistema Solar, entre eles os meteoritos, planetas, luas e asteróides têm suas próprias assinaturas de isótopo de oxigênio. Analisando as variações dos isótopos 16O-17O-18O os cientistas podem afirmar se um meteorito é proveniente de Marte, da Lua ou de algum asteróide.

"Os testes de datação revelaram que estas rochas têm aproximadamente 4.52 bilhões de anos e se formaram no começo do Sistema Solar. Combinando a idade calculada com dados dos isótopos de oxigênio, podemos afirmar com segurança que GRA 06128 e GRA 06129 eram parte de um asteróide e não de um planeta".


Asteróides de Andesita
Existe um grande número de asteróides no Cinturão de Asteróides que podem ter propriedades parecidas com GRA 06128 e GRA 06129, incluindo o asteróide 2867 Steins, que foi estudado pela sonda européia Rosetta em setembro de 2008. Esses asteróides, conhecidos como Tipo-E, refletem a luz de modo muito intenso o que faz os pesquisadores acreditarem que suas crostas são compostas de feldspato, constituinte principal da andesita.

Segundo Day, a descoberta de meteoritos formados por andesita é importante pois mostra que existe um novo mecanismo para sua formação. Na Terra isso ocorre em sua maior parte devido à colisão e subducção de placas tectônicas, onde as placas deslizam uma abaixo das outras. A subducção força a água a voltar para o manto, se misturando às rochas e formando arcos vulcânicos similares ao anel de fogo do Pacífico. Assim, nova crosta é formada.

O estudo dos meteoritos sugere que composições similares à crosta terrestre podem se formar através da mistura de materiais em planetas e objetos inicialmente voláteis - e possivelmente ricos em água - e não apenas através do movimento de placas continentais. A maior incerteza é como a crosta se formou no início do Sistema Solar e como esses meteoritos podem ajudar a resolver mais esse quebra-cabeças.


Fotos: No topo, meteorito GRA 06128 encontrado em Graves Nunatak na Antártida em 2006. No detalhe o professor James Day, da universidade de Maryland observa uma amostra do meteorito no laboratório de química de isótopos. Ao fundo, o espectrômetro de massa utilizado para analisar a amostra. Créditos: Antarctic Search for Meteorites (ANSMET 2006-2007 PI - Ralph Harvey, Case Western Reserve University)/University of Maryland isotope geochemistry laboratory.

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