Segunda-feira, 23 abr 2012 - 09h31
Penetrar na atmosfera venusiana e realizar pesquisas em sua superfície não é uma tarefa fácil. O planeta é uma verdadeira fornalha. A composição química e a descomunal pressão atmosférica fazem de sua exploração um verdadeiro desafio para a construção de naves espaciais.
Observar a superfície de Vênus no espectro visível é uma tarefa impossível. O planeta é totalmente envolto por uma névoa muito densa e altamente refletiva e qualquer tentativa de reconhecer detalhes geográficos será fadada ao fracasso. Seu brilho é tão intenso que pode ser visto até mesmo durante o dia. Aqui da Terra, a única coisa que conseguimos enxergar são suas fases. Quando os pesquisadores resolveram enviar sondas ao planeta, ainda no início da Era Espacial, sabiam que a missão não seria fácil. A temperatura em Vênus atinge nada menos que 480 graus Celsius enquanto a pressão barométrica, 90 vezes maior que a da Terra, esmaga os objetos mais rígidos como se fossem de papelão. Além disso, o planeta possui mais de 150 mil vulcões, o que torna sua atmosfera altamente sulfúrica e corrosiva.
A primeira sonda da série a chegar a Vênus foi a Venera 4, em 18 de Outubro de 1967. A nave não pousou na superfície, mas foi a primeira a retornar dados da atmosfera, além de ser a primeira a fazer uma transmissão interplanetária. Dois anos depois foi a vez da Venera 5. Em maio de 1969 o artefato transmitiu com sucesso dados da atmosfera antes de ser esmagado pela pressão, quando estava a apenas 26 mil metros de altitude. Em 16 de dezembro de 1970, a Venera 7 conseguiu finalmente pousar na superfície. Resistiu 23 minutos sob o calor intenso e pressão esmagadora, mas foi a primeira que conseguiu transmitir dados a partir de outro planeta. As primeiras imagens em preto e branco feitas a partir da superfície foram tomadas pela Venera 9, em 22 de outubro de 1975. Dessa vez a sonda conseguiu resistir um pouco mais e foi destroçada em longos 53 minutos. Em 1 de março de 1982 a sonda Venera 13 registrou a primeira imagem colorida da superfície de Vênus, além de descobrir basalto na superfície com auxílio de um espectrômetro. A nave resistiu mais que as anteriores e durante 114 minutos coletou dados que até hoje são estudados pelos cientistas.
Atualmente, a agência espacial russa tem um novo projeto para estudar o planeta. Batizado de Venera-D a missão pretende explorar Vênus através de imagens de radar e localizar os lugares mais interessantes para próximos pousos na superfície. De acordo com a Roscosmos, a missão Venera-D deverá ser lançada em 2016.
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