Quinta-feira, 09 nov 2015 - 09h21
Utilizando dados do telescópio espacial Wise, cientistas estadunidenses confirmaram que a Terra não orbita sozinha o Sol como se pensava, mas partilha a longa jornada com um pequeno asteroide troiano. A descoberta confirma a hipótese levantada em 1772 pelo matemático francês Joseph-Louis Lagrange de que objetos poderiam ficar presos indefinidamente em pontos específicos do espaço.
Clique para ampliar Asteroides troianos são objetos que compartilham as orbitas planetárias em pontos estáveis localizados à frente ou atrás do planeta. Como esses objetos acompanham a mesma órbita do planeta, não existe risco de colisão. Até agora, somente Marte, Júpiter e Netuno possuíam asteroides troianos, além de duas luas de Saturno que também dividem suas órbitas. Há muito tempo que os cientistas previam a possibilidade da Terra ter também um asteroide troiano, mas o diminuto tamanho da rocha e posição desfavorável em relação ao Sol tornaram sua detecção praticamente impossível.
"Estes asteroides são invisíveis. Eles ficam sempre à luz do dia, o que os torna muito difícil de vê-los", disse o astrofísico Martin Connors da Athabasca University, no Canadá, principal autor do paper (trabalho científico) sobre a descoberta, publicado esta semana na revista Nature. "Conseguimos encontra-lo porque ele tem uma orbita bastante incomum, que o leva um pouco mais longe do Sol quando comparado aos típicos troianos", completou.
Assista ao vídeo O programa NEOWISE tem como objetivo focar especificamente nos objetos próximos à Terra, ou NEOs, como asteroides e cometas, que passam dentro de 45 milhões de quilômetros da Terra. Durante a missão, o NEOWISE observou mais de 155 mil objetos no Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter, além de 500 NEOs, 132 deles desconhecidos. A busca resultou em dois possíveis candidatos a asteroides troianos, culminando na descoberta do primeiro objeto desse tipo a partilhar a orbita terrestre.
O objeto se localiza a 80 milhões de km da Terra, em um ponto estável conhecido como Ponto de Lagrange L4. Esse ponto foi teorizado pela primeira vez em 1772 pelo matemático francês Joseph-Louis Lagrange, que calculou que objetos colocados dentro de alguns pontos específicos do espaço (chamados atualmente de Pontos de Lagrange) ficariam presos indefinidamente devido ao equilíbrio gravitacional da região. De acordo com cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL, a orbita de 2010 TK7 está bem definida e pelos próximos 100 anos a máxima aproximação prevista para o objeto não será inferior a 24 milhões de quilômetros. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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