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Quinta-feira, 17 abr 2008 - 09h21

Nasa contesta cálculo de impacto feito por garoto de 13 anos

O Laboratório de Propulsão a Jato, JPL, da Nasa, ligado ao Instituto de Tecnologia da Califórnia, Caltech, emitiu na tarde de ontem uma nota informando que a probabilidade de impacto do asteróide Apophis permanece com os mesmos valores calculados anteriormente e de acordo com os cientistas do JPL, a chance da rocha atingir a Terra no ano de 2036 é de apenas 1 em 45 mil.

A nota é uma resposta da agência espacial americana, logo depois que um menino de 13 anos informou ter refeitos os cálculos de impacto de Apophis feitos pela Nasa. Segundo os cálculos do garoto, as chances de impacto não são de 1 em 45 mil e sim de 1 em 450, 100 vezes maior do que as estimativas.

O garoto, um estudante alemão de 13 anos de idade, refez os cálculos dos cientistas como parte de um projeto de feira de ciências de sua escola e em seguida publicou as informações em seu blog. Não se sabe ao certo como uma nota em um blog inexpressivo e sem referência científica teve tanta repercussão, mas estima-se que em apenas 1 dia o pequeno site recebeu nada menos que 3 milhões visitas.

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Para chegar ao número divulgado, os cálculos do estudante, de nome Nico Marquardt, levaram em conta que o asteróide iria se chocar, em 2029, com um dos inúmeros satélites geoestacionários que orbitam a Terra, em uma região conhecida como Cinturão de Clarke, a cerca de 36 mil quilômetros de altitude. O choque, segundo Marquardt, faria Apophis alterar sua órbita, fazendo atingir a Terra sete anos depois. Ainda segundo o estudante, a força do impacto seria equivalente a 30 mil bombas atômicas.

No entanto, a agência espacial norte-americana informou que o asteróide não passará próximo ao cinturão de satélites no ano de 2029 e que a chance de colisão com algum satélite é extremamente improvável.


Apophis
Apophis faz parte de uma categoria de asteróides conhecidos como Aten, com o eixo semi-maior (maior afastamento de um objeto dentro da órbita) menor que 1 Unidade Astronômica, ou 149 milhões de quilômetros. Apophis executa uma revolução ao redor do Sol em 323 dias e dessa forma cruza a órbita terrestre duas vezes por ano.

Aphopis, que em grego significa "destruidor", é hoje o corpo celeste mais vigiado no espaço pela comunidade científica e de acordo com os últimos cálculos sua máxima aproximação da Terra ocorrerá em 13 de abril de 2036, com chance de colisão extremamente baixa de 1 em 45 mil.

Baseado em estudos sobre o brilho do asteróide, os especialistas calcularam que Apophis, oficialmente chamado 99942 Apophis, mede entre 320 e 420 metros, e caso se choque com a Terra, sua massa, velocidade, composição e ângulo de entrada na atmosfera seriam suficientes para provocar uma explosão equivalente a 1480 megatons de TNT, o que representa 114 mil vezes a energia liberada pela bomba atômica lançada em 1945 sobre Hiroshima e sete vezes mais intensa que explosão do vulcão Krakatoa, na Indonésia, em 1883. Essa energia seria capaz de desintegrar completamente uma extensão de terra do tamanho da ilha da Sicília e causar efeitos colaterais na geografia, no clima e no meio ambiente de mais de 30% do planeta.


Nota do Apolo11
Os dados recebidos diariamente e divulgados publicamente pelo Programa de Objetos Próximos à Terra, da Nasa, informam que Apophis permanece com risco de colisão zero. Também não sabemos como o boato foi aceito tão facilmente pelas agências de notícias, que não tiveram o cuidado necessário de checar a fonte da informação.

Com um pouco de bom senso e pesquisa veriam que Apophis é uma rocha de mais de 400 metros e um satélite artificial tem apenas 1% disso. A massa de Apophis é imensamente maior que a de algum satélite. Seria o mesmo que dizer que um trem pode descarrilar após se chocar com uma bola de basquete. Além disso, publicar cegamente que um garoto de 13 anos é mais esperto que toda a comunidade científica é, no mínimo, um desrespeito aos leitores.

Arte: No topo, concepção artística mostra o choque de asteróide contra o oceano. Na sequência, posição orbital de Apophis no dia 13 de abril de 2036, quando a rocha atingirá a maior aproximação da Terra. Créditos: Nasa/JPL.

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