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Segunda-feira, 27 abr 2009 - 09h37

Novas descobertas questionam extinção dos dinossauros

O impacto de um grande asteróide ocorrido há 65 milhões de anos é a teoria que melhor explica a extinção em massa dos dinossauros. No entanto, descobertas recentes no local do impacto mostram que o choque do objeto ocorreu antes do desaparecimento da espécie e pode significar uma mudança na teoria atual.

A cratera deixada pelo impacto, batizada de Chicxulub, mede aproximadamente 180 quilômetros de diâmetro e foi descoberta em 1978 ao norte de Yucatán, no Golfo México. Assim que os especialistas descobriram traços do impacto logo abaixo da camada geológica correspondente ao período cretáceo-terciário, chamado período K-T, identificaram o local como o do possível choque responsável pela extinção em massa ocorrido neste período.


Novo Estudo
No entanto, diversos cientistas questionam essa interpretação. De acordo com um novo estudo publicado nesta segunda-feira pelo periódico "Journal of the Geological Society", o impacto de Chicxulub não ocorreu no período K-T, mas pelo menos 300 mil anos antes. A conclusão é de um grupo de pesquisadores liderados por Gerta Keller, da universidade de Princeton e seu colega Thierry Adatte, da universidade de Lausanne, na Suíça.

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De acordo com Richard Lane, da Fundação Nacional de Ciência, NSF, dos EUA, Keller e seus colegas continuam a acumular dados que permitirão uma nova reflexão sobre a extinção em massa ocorrida no final do período Cretáceo. Os dados coletados até agora mostram que a grande extinção pode não estar ligada ao impacto do asteróide.

Os estudos feitos próximos à localidade de El Penon mostram que entre quatro e nove metros de sedimentos foram depositados à razão de dois a três centímetros a cada mil anos após o impacto. Segundo Keller, o nível da extinção se localiza somente nos sedimentos acima desse intervalo, indicando que os dois eventos não ocorreram próximos no tempo.

Teoria Atual
Os defensores da teoria atual sugerem que a cratera e a extinção em massa não aparecem nos mesmos registros sedimentários devido aos terremotos e tsunamis que provavelmente ocorreram após o impacto, mas a tese é refutada por Keller. "O problema com essa interpretação é que o complexo do arenito estudado não foi depositado algumas horas ou meses após o impacto, mas durante um longo período de tempo", explicou a cientista.

O estudo também constatou que os sedimentos que separam os dois eventos têm características normais de sedimentação, com túneis criados por criaturas que habitam leito do oceano, erosão e transporte de sedimentos, mas nenhuma evidência de perturbação da estrutura sedimentar. Além disso, os cientistas também encontraram evidências de que o evento de Chicxulub não teve o impacto na biodiversidade como sugerido até agora.

Na localidade de El Penon, por exemplo, os pesquisadores encontraram 52 espécies presentes nos sedimentos abaixo da camada do impacto e contaram as mesmas 52 espécies nas camadas superiores. "Descobrimos que nenhuma espécie foi extinta como resultado do choque", disse Keller.


Erupções Vulcânicas
No entender de Keller a conclusão não deve provocar grandes surpresas. "Afinal, nenhuma outra extinção em massa está associada a um impacto, além disso, não se conhece nenhuma outra cratera gigante que pode ter provocado uma grande extinção".

Descartando a possibilidade do impacto de Chicxulub ter provocado a extinção dos dinossauros, Keller acredita que o evento tenha sido provocado por violentas erupções vulcânicas ocorridas em Deccan Traps, na Índia, que liberaram grandes quantidades de poeira e gases que bloquearam a luz e amplificaram significativamente o efeito estufa.



Artes: No topo, concepção artística mostra o choque do asteróide que pode ter provocado a extinção dos dinossauros durante o período KT. Acima, local do impacto, na península de Yucatán, no Golfo do México. Crédito: Wikimedia Commons/Apolo11.com.

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