Segunda-feira, 7 abr 2008 - 08h02
Novas manchas mostram que Ciclo Solar 23 ainda não terminou
Manchas solares são comuns de serem vistas na superfície solar. Visualmente são regiões mais escuras e apresentam fortes reduções de temperatura e pressão das massas gasosas do Sol. O surgimento das manchas está diretamente ligado à atividade magnética da estrela e de modo geral, quanto maior a quantidade delas maiores serão os efeitos eletromagnéticos provocados na alta atmosfera da Terra, especialmente na ionosfera.
![]() A cada 11 anos aproximadamente, o Sol passa por ciclos alternados de alta e baixa atividade eletromagnética, conhecidos por mínimos e máximos solares. Desde que as observações começaram a ser feitas, em 1750, até o ano de 2007 já foram contados 23 ciclos solares, também chamados de ciclos de Schwabe. Oficialmente, um ciclo solar começa sempre com o surgimento de uma mancha de polaridade magnética oposta às do ciclo precedente. O surgimento dessa mancha ocorre nas latitudes elevadas, geralmente entre 25 e 30 graus e as manchas do ciclo que se finaliza normalmente se agrupam próximo ao equador. Exatamente no dia 4 de janeiro deste ano (2008), o surgimento de uma mancha com as características mencionadas fez com que os cientistas espaciais anunciassem o início de um novo período, o do Ciclo Solar 24. O problema é que nos últimos dias, três grandes manchas surgiram no disco solar e de acordo com as imagens feitas pelo satélite de observação heliosférico SOHO, todas têm a mesma polaridade das manchas do ciclo precedente. Como mostra a imagem acima, todos os pólos magnéticos norte e sul das manchas estão exatamente orientados de acordo com o padrão do Ciclo Solar 23. As manchas do Ciclo 24 deveriam estar invertidas, mas não estão. Afinal, o que está acontecendo com nosso Sol?
![]() Apesar de parecer estranho, de acordo com Hathaway isso é perfeitamente normal. Próximo aos períodos do mínimo solar, ou seja, o período em que estamos atualmente, as manchas do novo e do velho ciclo se mesclam. Em algum momento o Ciclo 23 cessará completamente, abrindo caminho para a totalidade do Ciclo 24, com o surgimento de manchas na polaridade esperada, mas isso ainda não aconteceu. Flares dessa magnitude, apesar de serem classificados como de média intensidade, podem produzir as chamadas Ejeções de Massa Coronal, EMC, enormes bolhas de gases ionizados com até 10 bilhões de toneladas, que são lançadas ao espaço. Ao atingirem a alta-atmosfera terrestre causam as auroras e algumas vezes provocam sérios blackouts de radiocomunicação. Utilizando um receptor sensível de ondas curtas, o radioastrônomo amador Thomas Ashcraft conseguiu "ouvir" o som do evento, cerca de oito minutos após ter acontecido. Os sinais foram captados no Novo México, EUA, na freqüência de 21 mHz. Oito minutos foi o tempo em que as ondas eletromagnéticas, geradas durante o flare, levaram para percorrer os 149 milhões de quilômetros que separam o Sol e a Terra. Ouça o áudio
![]() A 1600 quilômetros dali, no Estado da Virgínia, outro pesquisador independente, David Thomas, também captou os mesmos sinais. Utilizando um radiotelescópio caseiro Thomas gerou um gráfico em que relaciona os burst solares registrados a possíveis valores de temperatura presente na superfície do Sol. Atualmente estamos no período do mínimo solar, onda a atividade eletromagnética é baixa. No entanto, espera-se que com o decorrer do tempo a quantidade de manchas aumente até atingir o ponto do máximo solar, caracterizado por grandes tempestades elétricas e um número de manchas superior a 100. No topo, imagem captada pelo satélite de observação solar SOHO mostra as três manchas solares com polaridade oposta. Na seqüência, o gráfico montado pelo físico David Hathaway apresenta a atividade solar verificada nos últimos dias. Observe que a atividade é fraca, daí o nome de mínimo solar. Observe também que com o passar do tempo, a atividade deverá crescer, dando origens a mais manchas solares. Na imagem em azul, também feita pelo satélite SOHO, vemos o flare solar ocorrido no dia 25 de março, produzido pela mancha 989. Acima, os pulsos eletromagnéticos captados pelo pesquisador David Thomas, na freqüência de 21 Mhz. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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