Quinta-feira, 4 abr 2013 - 07h37
Por Rogério Leite
Um estudo feito por uma equipe internacional de cientistas mostrou que a Lua terrestre sofreu impactos provocados pelo mesmo grupo de meteoritos que atingiram o asteroide Vesta e talvez outros corpos do Sistema Solar há mais de 4 bilhões de anos.
Clique para ampliar A pesquisa, feita por cientistas do Instituto de Ciências Lunares da Nasa, NLSI, revelou uma inesperada ligação entre o gigantesco asteroide Vesta e a Lua e forneceu novos elementos para o estudo da formação dos planetas rochosos. "Embora a Lua esteja longe de Vesta, situado no cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter, ambos parecem compartilhar a mesma história de impactos meteoríticos", disse Yvonne Pendleton, diretora do NLSI. Para a cientista, é sempre interessante quando uma pesquisa interdisciplinar consegue mudar a forma de entender a história do Sistema Solar.
O estudo foi feito com base nas rochas lunares trazidas pelos astronautas da missão Apollo e também nas características de amostras de meteoritos howarditos e eucritos, que são meteoritos encontrados na Terra do tipo HED (Howarditos, Eucritos, Diogenitos) provenientes da crosta basáltica do asteroide 4 Vesta. Com a ajuda de simulações feitas em supercomputador, os pesquisadores determinaram que os meteoritos vindos de Vesta têm uma série de sinais de impactos de alta velocidade ocorridos há muito tempo e que são compatíveis com as mesmas populações de projéteis responsáveis pela formação de algumas crateras e bacias lunares. Clique para ampliar A suspeita dos pesquisadores baseada nos howarditos e eucritos aumentou após as observações da superfície de Vesta pela sonda Dawn, da Nasa. Além disso, os modelos dinâmicos da evolução do cinturão de asteroides permitiram aos cientistas determinar que os grupos de projéteis que atingiram Vesta tinham órbitas compatíveis com alguns objetos que impactaram a Lua em altas velocidades. Os resultados do estudo apoiam ainda mais a teoria de que o reposicionamento de planetas gigantes como Júpiter e Saturno, de suas órbitas originais para as localizações atuais, desestabilizou parte do cinturão de asteroides. Isso provocou o intenso bombardeio de rochas em todo o sistema solar há bilhões de anos, um evento chamado pelos pesquisadores de cataclismo lunar. Além disso, a pesquisa fornece novos indicadores sobre o início e duração desse evento, demonstrando que o cataclismo afetou não apenas os planetas internos, mas o próprio cinturão de asteroides. "Ao que parece, os meteoritos asteroidais apresentam indicativos de que o cinturão de asteroides perdeu muita massa há 4 bilhões de anos e que essa massa escapou e se chocou em alta velocidade com a Lua e com outros asteroides do cinturão", disse a cientista Simone Marchi, coautora do trabalho e ligada ao Southwest Research Institute, do Colorado (EUA). "Nossa pesquisa não só apoia a teoria corrente do cataclismo lunar, mas leva-lo para o próximo nível de entendimento", completou Marchi, que teve o estudo publicado no periódico Nature Geoscience.
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