Segunda-feira, 23 jul 2018 - 14h55
Por Rogério Leite
Novos dados confirmam o Big Bang e modelo padrão cosmológico
Em 2013, o consórcio europeu Planck lançou o primeiro mapa sobre a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, uma espécie de fotografia dos ecos do Big Bang. Agora, os pesquisadores revelaram outro mapa, ainda mais preciso, que reafirma a grande explosão como a origem do Universo.
![]() Mapa baseado em dados do satélite europeu Planck revela detalhes do Universo em formação, 380 mil anos depois do Big Bang
Embora as evidências dessa radiação fossem muito fortes, a confirmação de sua existência só ocorreu 17 anos depois, acidentalmente, pelos cientistas Arno Penzias e Robert Wilson, ao tentarem se livrar de um ruído bastante inconveniente que interferia em um sistema de comunicações que estavam desenvolvendo.
Resumidamente, a RCFM é o fóssil da luz, resultante de uma época em que o Universo ainda era muito quente e denso, apenas 380 mil anos após o Big Bang. A descoberta da RCFM é considerada por muitos como a mais importantes da história da cosmologia e constitui em uma das mais poderosas ferramentas sobre o estudo do Universo.
Os primeiros dados foram levados a público em 2013, juntamente com o mapa que foi chamado de embrião do Universo, um emaranhado de cores que revelavam as primeiras formas do Universo apenas alguns milhares de anos após a grande explosão. Os novos dados, lançados em 2018, revelam ainda mais detalhes. A imagem gerada pelo satélite é de extrema simplicidade, mas de incrível complexidade oculta e confirma que no início o universo era o mesmo em todos os lugares e em todas as direções, mas com diferenças sutis que já esboçavam as variações nas estruturas que vemos hoje, como aglomerados de galáxias e gigantescos vazios cósmicos. "Este é o legado mais importante do satélite Planck", disse Jan Tauber, cientista chefe do Projeto Planck. "Até agora, o modelo cosmológico padrão sobreviveu a todos os testes, questionamentos e desafios e as medições feitas pelo satélite Planck confirmam todas as hipóteses já enunciadas".
A outra abordagem, mais complicada, e que faz parte dessa segunda rodada de conclusões, consistiu em medir a polarização da RCFM. A luz pode vibrar em uma direção específica e as interações entre a luz e a matéria podem interferir em sua direção. Assim, o mapeamento dessa propriedade pode ajudar os pesquisadores a entender mais sobre o universo inicial e sua forma de movimento e expansão.
O modelo padrão é baseado na teoria da relatividade geral, com adições em termos de matéria escura e energia escura e mesmo que ainda não se conheça com exatidão o que são esses componentes, as observações comprovadas correspondem aos modelos teóricos que os utilizam. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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