Quarta-feira, 8 mai 2013 - 11h30
Por Rogério Leite
Astrônomos de todo o mundo estão com as atenções voltadas para a constelação de Leão, onde um intenso pulso de raios gama foi registrado pelos telescópios em órbita da Terra. O motivo não é novidade: eventos desse tipo podem significar o aparecimento de uma supernova.
Clique para ampliar Batizado de GRB 130427A, o intenso pulso foi observado pela primeira vez no dia 27 de abril de 2013 pelo telescópio espacial Fermi, da Nasa. Segundo o órgão, a energia estimada do evento era de 94 bilhões de elétrons-volt (96 GeV), cerca de 35 bilhões de vezes mais forte que a energia dentro do espectro da luz visível e três vezes mais intenso que o maior evento já detectado pelo instrumento. Pulsos de raios gama são as explosões energéticas mais luminosas do Universo e ocorrem quando uma estrela massiva esgota seu combustível nuclear e desmorona sobre si mesma.
A emissão durou diversas horas e permaneceu detectável pelos sensores do telescópio em grande parte do dia. Logo após a detecção, telescópios baseados em Terra também passaram a registrar o evento nos comprimentos de onda visíveis e infravermelho, além do espectro de radiofrequências. Com base em dados do telescópio espacial Swift, pesquisadores rapidamente localizaram a distância da emissão, estimada em 3.6 bilhões de anos-luz, na direção da constelação de Leão. "Este GRB (Gamma Ray Burst) ocorreu muito perto e o grande desafio agora é encontrar uma possível supernova, que acompanha quase todos os eventos desse tipo", disse o pesquisador Neil Gehrels, principal investigador dos dados do telescópio Swift junto ao Goddard Space Flight Center, da Nasa. Após a detecção, observatórios terrestres passaram a monitorar constantemente o local do pulso GRB 130427A e não será nenhuma surpresa se nos próximos dias uma supernova surgir na constelação de Leão. Se você tem um telescópio e está familiarizado com coordenadas celestes, anote o endereço da emissão e do possível surgimento da supernova: Ascensão Reta: 11:32:32.90. Declinação +27:41:56.5. Olho no céu!
O processo continua até que o núcleo estelar se transforme em ferro, quando então outro fenômeno ocorre: devido à descomunal temperatura e pressão, os átomos do ferro também se rompem em seus componentes prótons e nêutrons. Quando isso acontece as camadas superiores ao núcleo desmoronam, lançando ao espaço o resto do material estelar, produzindo um poderoso clarão chamado flash da supernova. A explosão é descomunal. Em poucos dias a supernova libera mais energia do que nosso Sol em toda a sua vida. A explosão é tão brilhante que mesmo ocorrendo a centenas de anos-luz de distância pode ser vista da Terra até durante o dia.
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